Países desenvolvidos estão cada vez mais voltados para a qualidade da primeira infância. Isso porque pesquisas têm comprovado que esse é o momento-chave do desenvolvimento do ser humano na formação das capacidades cognitivas, motoras e emocionais que vão se refletir na sua personalidade ao longo de toda a vida.

Além de formar adultos mais capacitados a lidar com as diversas situações do cotidiano, voltar a atenção para a criança é interessante do ponto de vista econômico.

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Segundo um levantamento feito nos Estados Unidos, para cada um dólar investido na educação dos pequenas são gerados dezessete dólares de retorno na economia. Nesse contexto, ganha força a neuroeducação, uma ciência que une os conhecimentos mais recentes sobre o desenvolvimento cerebral e a eficiência do modelo escolar.

Esse foi o tema da palestra de Anna Lucia Campos, presidente da Asociación Educativa para el Desarrollo Humano e Diretora Geral da ONG Cerebrum, no 4º Seminário de Líderes em Gestão Escolar, que foi realizado em São Paulo, em fevereiro de 2012.

Segundo a especialista, a atenção para o desenvolvimento infantil deve começar antes da gestação, com a ingestão de ácido fólico na preparação para a concepção.

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Durante o período intrauterino, deve-se priorizar o bem-estar da mãe, para que o bebê esteja protegido de estresses. Anna Lucia afirma que o parto também é um evento marcante. “A falta de oxigenação, segundo as investigações, é responsável em 75% das dificuldades de aprendizagem, de linguagem e de desenvolvimento motor”.

Ela defende que, conscientes disso, os educadores façam um levantamento das informações sobre o nascimento da criança, como a nota de Apgar (índice que avalia as condições de vitalidade do recém-nascido), por exemplo. Não para rotular, porque o cérebro é plástico, explica ela, mas para que se tenha uma atenção especial.

“Se você recebe uma criança que teve o Apgar abaixo do padrão, é uma criança que nós temos que olhar com outros olhos”, destaca. Nesse sentido, defende a importância de ter turmas com poucos alunos nas escolas, que permitam a individualização do ensino.

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Na palestra, a pesquisadora também ressaltou a importância dos estímulos sensoriais, da interação emocional e das experiências para o desenvolvimento do cérebro nos primeiros meses de vida. Dada a importância desse contexto, ela salientou a necessidade de profissionais capacitados e com perfil adequado para lidar com crianças com menos de três anos.

Dentre os aspectos considerados essenciais para o desenvolvimento cerebral ela destacou a alimentação, a mielinização, a cronobiologia, o estresse tóxico e a interação.

(Autora: Adriana Franzin)
(Fonte: ebc.com.br)

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