Acabei de ler um livro de Darrin MacMahon chamado Felicidade e percebe-se por lá, que desde o início da humanidade, a felicidade é o bem mais precioso, talvez até mesmo o fim de estarmos de passagem por este planeta.
E as buscas e interpretações são as mais variadas.
Alguns filósofos acham que é impossível o homem ser feliz.
Uns santos, outros místicos, descobrem que apenas na “iluminação”, no encontro com o Altíssimo, se poderá vislumbrar um pouco de felicidade, já que totalmente é impossível, enquanto houverem pessoas infelizes no mundo, e parece que tão cedo não deixarão de existir.
Os Epicuristas, acham que devemos só pensar no prazer, no bem estar e por isso, sermos até um pouco egoístas.
Algumas religiões nos dizem que só a alcançaremos plenamente no outro mundo. Além disso, tem que haver uma certa dose de sofrimento e “infelicidade” neste mundo, para se obter créditos para o desconhecido. E parece que não somos “infelizes” o suficiente para garantir o prêmio quando trocarmos de mundos. Pelo menos não há testemunhos vivos disso.
Outros a encontram na arte. Outros no trabalho, na caridade, na renúncia, no desprendimento, no desapego…enfim, o livro tem quase 600 páginas.
Mas parece que todos concordam com uma coisa. A felicidade é sua responsabilidade. E só você tem o comando dela. Você é aquilo que pensa, já diziam os filósofos antigos.
Se queremos que o mundo mude, temos que mudar. Nosso interior é apenas o reflexo do que acreditamos. E o exterior o espelho do que somos. Quando nosso “ego” está no comando estamos reféns do sistema que nos aprisiona e nos faz crer naquilo que precisamos para viver. Vivemos mais para justificar a vida para os outros do que para os nossos desejos.
O paradoxo da burrice é que continuamos fazendo o que sempre fizemos e queremos resultados diferentes.
Achamos que o mundo deve agir de acôrdo com a “nossa” percepção.
Somos feitos e depois formados completamente diferentes uns dos outros. Nossos desejos, instintos, sonhos, vontades e percepções do mundo, do país, da cidade, da família, de nós mesmos, são completamente diferentes mesmo de quem está mais próximo de nós.
As coisas são tão perfeitamente complicadas que num mundo de 6 bilhões de almas, não existem dois iguais.
Se não nos conhecemos, como pretendemos conhecer os outros. E pior, querer determinar o que é melhor para eles.
“Quem que eu sou e o que é que eu quero”, era as duas perguntas que o velho Freud mandava fazer, cada vez que tínhamos a prepotência de querer determinar a vida dos outros. Se eu fosse você….
Nosso amigos não são perfeitos, não professam nossa mesma crença, não tem os mesmos valores, não tem a mesma fé, nem gostam da mesma comida ou torcem para o mesmo time, mas mesmo assim os respeitamos, admiramos e os temos em grande conta.
Um sinal de inteligência emocional é não criticar e não julgar, aceitando os outros como são. Afinal cada um dá e faz o que pode e não o que quer.
E os filhos, o que fazemos com eles? Imbuídos da “Síndrome de Deus”, queremos que eles ajam “à nossa imagem e semelhança”.
Pobrezinhos. Os temos presos pelos laços afetivos e emocionais, além do DNA, mas eles não vêem a hora de voar com suas próprias asas, conhecer outros horizontes, cometer seus próprios êrros, viver “seus” desejos e não os desejos e as frustrações da mãe, do pai.
Além do que, vivemos numa época de transformações e mudanças tão radicais que, por mais atualizados que tentemos estar, não temos como acompanhar o que cada um percebe, sente e planeja para si.
Os tempos são outros. Oh tempus, oh mores!
Como dizia um Mestre: Os filhos de hoje são mais filhos do nosso tempo, do que dos nossos pais. Então porque querer que eles vivam como nós achamos que deve ser?
O que podemos fazer é mostrar o caminho, através de exemplos, e torcer para eles façam as escolhas certas que os conduzam à uma vida de paz.
Nossos filhos não nos ouvem muito, mas nos vêem sempre, mesmo quando não estão olhando, por isso é desnecessário falar muito….e se o discurso for diferente da prática então, caminho aberto para o desajuste, se não uma esquizofrenia.
O quanto temos de equilíbrio, tolerância, paciência, dignidade, honestidade, etc. não são o que dizemos, mas o que eles percebem em nós.
Se entendermos isso, parte dos conflitos estarão resolvidos.
Como diziam os Taoístas: “Na vida não existem castigos, nem recompensas, só consequências”.
Segundo estudos da Universidade de Pesquisas Filosóficas dos EUA, nossas preocupações sobre nós mesmos se encaixam em oito medidas: elogio e culpa, perda e ganho, prazer e dor, e por último, fama e vergonha.
Tudo que nos faz sentir pra cima e pra baixo está nessa categoria. Isso só acontece quando agimos através do EGO.
Todas as vezes que somos egocêntricos, estaremos agindo a partir do pensamento. Não será essa a realidade, mas sim o Universo que gira em torno dessas oito medidas. Tudo será avaliado assim, se ganhamos ou perdemos, se temos prazer ou dor e assim por diante.
Se queremos ser felizes temos que sentir com o coração, com a alma e não com a mente. Nossos objetivos vêm naturalmente como resposta de nosso envolvimento emocional no que fazemos.
Nossa mente é condicionada desde o nascimento (ou até antes dele) e, por segurança ou comodidade, tendemos a repetir os padrões que achamos serem corretos. É a “nossa” verdade.
Cada um tem a sua e devemos respeitar isso.
Assim como não devemos “atrelar” nossa felicidade e bem estar à coisas externas, ao “outro”. Porque as coisas se deterioram, se perdem, são roubadas. O “outro” pode deixar de nos amar, ir embora, encontrar um novo amor (filhos quando se casam, por exemplo) vamos nos sentir ameaçados, injustiçados ou desprezados, sem entender que é o ciclo natural das coisas, que se modificam. Ninguém nem o mundo nos deve nada.
Uma das capacidades que diferencia uma pessoa feliz da infeliz é saber lidar com as frustrações e ao invés de atacar os vínculos, ou fugir, transformá-las, buscando outros níveis de compreensão.
Também, a capacidade de aceitação das diferenças e de aceitar a chegada dos anos, sem aquele excesso de saudosismo e nostalgias, nos mostram como cada pessoa é capaz de lidar com sua felicidade.
Se organizamos nossa vida em torno dos valores supremos como tolerância, justiça, igualdade, verdade (nossa e a dos outros), amor, liberdade e paz, a felicidade virá até nós. Essa é a afinação do Universo.
Nossa maior jornada é para dentro de nós e não para o Sucesso que é uma exigência da mídia. Não temos o direito de estarmos tristes, volta e meia desanimados, sem energia. O volume de informações e o massacre de “tipos ideais” estigmatizados nos deixam em dúvida se estamos no caminho certo.
Cada um de nós é um ser único e que manifesta a beleza do Universo. Passamos um bom tempo tentando imitar ou se parecer com alguém que “deu certo” e demoramos a entender que isso é que não dá certo.
A felicidade vem de dentro. Temos que perguntar ao nosso Eu Interior, o Eu superior o que precisamos fazer por nós. Para o engrandecimento de nosso espírito.Para aquilo que podemos nos “tornar”. Vir a ser.
Não somos os eternos “mestres de cerimônia” do mundo, tentando resolver o problemas dos outros.
Cada um tem o livre arbítrio e por isso responsável pelas consequências de suas escolhas pessoais. Nós seremos pelas nossas somente.
A exemplo do que dizem as aeromoças antes dos vôos….”em caso de descompressurização desta aeronave, coloquem as máscaras primeiro em vocês para depois ajudarem as crianças ou idosos ao seu lado, etc.”, quer dizer. se quisermos ajudar os outros sem estarmos em condições, podemos desmaiar e todo mundo sofrerá.
Sem estarmos preparados, causamos mal maior em tentar “ajudar” os outros. Quem precisa de ajuda primeiro somos nós.
O controle que queremos ter sobre os outros, devemos exercitar somente em nós mesmos. Essa é a chave da compreensão do mundo.
Precisamos parar de perder tempo, e buscar ser a expressão maior de viver em paz internamente e enquanto estivermos nesta vida, vivermos. E que cada um cuide da sua.
Viver aqui e agora, estando consciente, estando atento, dar-se conta de que o único momento da vida possível para se fazer ou mudar qualquer coisa é AGORA! Não existe outro momento.
Dizem os estatísticos que cerca de 85% das coisas com que nos preocupamos nunca acontece. Somos condicionados então para sofrer por antecipação?
O encontro da felicidade depende só de nós, é a triste e antiga conclusão do livro. Porque nos recusamos a acreditar nisso?
Que tal viver e deixar viver de acordo com as possibilidades e desejos de cada um?
Em outro artigo vou dar uma dicas de como ser feliz no único momento em que podemos ser felizes. No PRESENTE.
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Acabei de descobrir esse site e fiquei impressionada com a quantidade de conhecimento de qualidade disponível. Este texto me fez refletir muito.
Tenho uma necessidade recente de mudar meus conceitos á respeito da felicidade. Não parece certo, ao meu ver, os padrões que adquiri desde a infância. Sempre cultivei a ideia de que se fizesse as escolhas certas, seguisse os conselhos, mantivesse o controle de impulsos, um dia chegaria "lá". Hoje, não sei ao certo o que exatamente é esse "lá". Para mim, a felicidade sempre esteve á frente, em um futuro muito distante, um momento em que você pudesse desfrutar os frutos de tanto trabalho. Desconfio que para muitos é assim. Não tenho de forma alguma o direito de dizer que a felicidade não existe, mas desconfio que tudo não passa de momentos de altos e baixos. Sempre vai ter um sentimento ruim em alguma área da vida. Percebo que é o que nos move, os que nos mantém seguindo em frente, pela infinita necessidade de sentir o bem-estar. Estou trabalhando para quebrar o padrão que adquiri ao longo dos anos, de uma promessa feliz e estável que só exite no futuro (o que ainda me causa grande insatisfação), e aproveitar mais as pequenas coisas (antes invisíveis) que exitem pelo caminho.
Aguardando pelo próximo artigo. :)
Gratidão, muito boa a matéria eu estava precisando ouvir isto em muitos aspectos. chegou na hora certa em que estou no casulo fazendo uma reforma íntima. e ver onde tenho que mudar. Encontrei aqui várias respostas.
Parabéns.
Liz
Bom dia!
Sigo o site todos os dias. Adorei o artigo...
Gratidão por tudo!