Solidão é um assunto subjetivo: uma pessoa pode se sentir sozinha em meio a uma multidão enquanto outra, em casa e sem a companhia de ninguém, se sente muito bem acompanhada. Logicamente, são muitos os fatores que influenciam essa percepção, e a maioria deles parece ser de caráter psicológico.
Justamente por isso é que uma pesquisa divulgada pela revista Nature Neropsychopharmacology causa certo espanto: ao que tudo indica, a sensação de solidão pode ser um fator adquirido por herança genética.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores colheram informações genéticas de 10.760 norte-americanos com mais de 50 anos de idade. Os resultados mostraram que a tendência a se sentir uma pessoa solitária pode ser até 27% genética.
Métodos e meios
Para medir o quanto uma pessoa se considera sozinha, foram feitas três perguntas básicas: 1) Quantas vezes você sente falta de companhia?; 2) Quantas vezes você se sente deixado de fora?; 3) Quantas vezes você se sente isolado das outras pessoas?
Obviamente, todos nós sentimos solidão de vez em quando, mas o objetivo das perguntas feitas pelos pesquisadores é diferenciar a solidão cuja percepção se dá pelas circunstâncias da solidão daqueles que se sentem sempre sozinhos, independente da situação.
A hereditariedade da solidão é algo que faz muito sentido em termos da emoção de se sentir sozinho em si, que tem importância em aspectos evolutivos. Para os autores da pesquisa, assim como a dor física existe para nos avisar de que há algo de errado com o nosso corpo, a dor da solidão é um alerta de ameaça social.
Como nossos pais
Em termos mais práticos, há diversos estudos que relacionam o desenvolvimento de doenças com a sensação de solidão – só para você ter ideia, a solidão faz tão mal para a saúde quanto a obesidade, e, assim como outras características de saúde física, a sensação de solidão é algo que podemos herdar de nossos pais.
Esse tipo de estudo é importante em termos de saúde mental, uma vez que nos permite investigar as origens físicas, já que estamos falando de DNA, de fenômenos psicológicos e psiquiátricos, cujos estudos ainda são pouco aprofundados. Quem sabe um dia seja possível “curar” a solidão crônica por meio da medicina genética? O que você acharia dessa possível cura?
Fonte Original: huffpost.com
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