Já reparou que passamos a maior parte da vida sendo superficiais, sem pensar à sério sobre as coisas? Por que dá preguiça pensar? Isso é besteira ou é coisa real? Aqui entenderemos as razões reais e neurológicas para isso e como este conhecimento nos ajudará a não deixar a preguiça mental atrapalhar a vida.
A ciência revelou que temos dois sistemas operacionais. Algumas vezes são chamados de sistema um e sistema dois, simplesmente. Em outros casos, sistema deliberativo e sistema automático, que é mais explicativo.
O sistema automático é aquele que cuida das coisas sem que você esteja realmente ciente. A vida é extremamente complexa. Operar seu corpo é inacreditavelmente difícil. A gente simplesmente não faz ideia de quão incrível e quão difícil é funcionar no dia a dia. Batidas cardíacas, respiração, milhares de outras funções internas… tudo acontecendo muito além de nossa consciência. O simples ato de andar é muito difícil. Depois de décadas de robótica, computadores super-rápidos e os nerds mais inteligentes, já viu como ainda andam mal os robôs de hoje? E isso é só andar. Imagine dançar, pular, lutar e entrar e sair de asanas de yoga?
Já viu aqueles “captchas” que verificam que você não é um robô em sites da Internet? Pedem para você reescrever algumas letras? Fácil, né? Que nada! Tanto que colocam, pois sabem como seria complexo e difícil uma máquina ler aquelas poucas letrinhas e números. Mas toda esta incrível complexidade é resolvida e tratada pelo nosso sistema automático sem que sequer saibamos.
O sistema automático não cuida só dos detalhes mecânicos e fisiológicos. Usamos ele também para nos guiar na vida. São os hábitos que criamos. Ao acordar por exemplo, você escova os dentes, toma banho, se veste… uma rotina automática. Você não precisa pensar. Na hora de comer também, vai no automático. Você “sente” vontade disso e daquilo no buffet do restaurante, tem uma noção que precisa equilibrar e combinar os alimentos, sem pensar muito a respeito. Ainda mais profundo e sério, você leva a vida no automático. Vai para o trabalho no automático. Tem um conceito de alma e Deus no automático. Cultiva desejos e sentimentos no automático. Sem pensar.
Pensar é o sistema dois, o sistema deliberativo. A neurociência comprovou que pensar realmente dá trabalho! A íris muda de tamanho, a batida cardíaca e pressão sanguínea aumenta e o corpo consome mais energia. É um incômodo fisiológico real. O corpo quer evitar, para preservar energia. Literalmente, pensar cansa! Mas é no pensar que você ativa a razão. E com o sistema deliberativo que você consegue verdadeiramente avaliar as coisas. Você só pode analisar, computar e comparar diferentes propostas seriamente com o sistema deliberativo ativado.
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E para viver melhor, para melhorar e para crescer, precisamos pensar. Precisamos exercer o que é chamado de pensamento crítico, ou seja, questionar o que estamos fazendo, questionar o que foi passado para nós, o que a mídia nos leva a fazer, o que o sistema nos ensinou como sendo “normal”. Para isso precisa mudar a marcha, sair do automático e pensar.
Pense se lhe parece normal a ideia que a vida é só material. Pense se é possível que consciência seja só fruto da matéria. Pense como explicar a vida e toda a existência sem Deus. Pense se comer seres conscientes que experimentam emoções como você faz sentido. Pense se trabalhar por dinheiro apenas faz sentido.
Então temos que parar e pensar. Podemos passar anos a fio vivendo mal no automático. Vamos deixar a preguiça de lado e ligar o sistema deliberativo para as grandes escolhas da vida: dieta, hábitos, carreira, relacionamentos e nossa visão da vida e da espiritualidade. E no dia a dia, lembrar que temos esta resistência natural a pensar e superar a resistência para ver se estamos agindo bem, fazendo nosso melhor.
No trabalho, ative propositalmente o sistema deliberativo e veja se não poderia trabalhar melhor, de forma mais eficiente e mais inteligente, fazer melhor o que está fazendo. Na vida pessoal, analise se está cuidando bem do corpo, comendo bem, exercitando e dormindo bem. E na vida em geral, pare para pensar no seu verdadeiro propósito, sua vocação e, acima de tudo, sua visão espiritual.
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