Qual herança ética deixaremos para as crianças? Será que sentirão vergonha do cavalinho de Troia mal fabricado embaladinho para presente?
Longe da inocência, nós adultos (tecnicamente) temos que nos responsabilizar pelo que acontece agora.
A realidade aponta que comida, diversão e ballet não estarão disponíveis pelos próximos anos.
Lidar com a infância não é brincadeira.
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A teoria psicanalítica sugere que as primeiras experiências da criança desempenham um grande papel no desenvolvimento da personalidade e continuam a influenciar o comportamento mais tarde na vida adulta.
Sem entrar em detalhes, mas o grande lance de Freud foi este: dar importância ao que acontece nos primeiros passos da vida humana. Apesar de nós, adultos, atrapalharmos mais do que ajudamos o processo de desenvolvimento infantil.
Em “A invenção da criança da psicanálise: De Sigmund Freud a Melanie Klein”, artigo de Mário e Diana Corso, vai dizer quie “Freud não descobriu a infância, ele apenas a complicou, desvendando o caráter interno deste processo, fazendo da moral a herdeira do amor dos pais (constituição do superego), colocando os desejos parentais no lugar de molde do ideal, a fôrma com a qual o sujeito se mede, e fazendo de tudo isto um imprevisível processo inconsciente sujeito a suscitar a neurose e outros sofrimentos”.
Qual moral teria um adulto perdido na contemporaneidade? O exemplo de consumo exagerado, compulsões. De um discurso de mestre sem espaço para o debate? O respeito? Crianças perguntam, mas não temos respostas. Um “cale-se e vá para o quarto” é bem mais fácil.
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Segundo a Psicanálise Lacaniana, poderemos compreender os diferentes lugares que a criança ocupará na estrutura familiar, e quais serão as consequências disso na estruturação dela como sujeito.
Enfim, o texto “A Psicanálise de Crianças: o Brincar como Recurso Terapêutico”, de Polliana Oliveira Coutinho Melo e Alderon Marques Cantanhede Silva, diz que “os pais ou as pessoas que cuidam da criança têm fundamental influência no desenvolvimento dela, pois é durante muito tempo, o espelho da criança para que ela construa os seus recursos psíquicos para o enfrentamento da vida”.