Como diz a famosa música do Jota Quest… “vivemos esperando dias melhores”. Quem não sonha em viver um tempo de paz e boas realizações sem qualquer problema? Todos nós ansiamos por um pouco do que diz essa canção, “dias de paz, dias a mais”.
O problema, na vida real, é que de fato estamos vivendo esperando dias melhores, e não os construindo. Esperando que o emprego perfeito caia do céu, a pessoa perfeita apareça de repente, os problemas desapareçam instantaneamente.
Ao invés de esperarmos, devemos começar a agir, a construir dias melhores, e isso se faz a partir de pequenas ações, como por exemplo, parar de sermos egoístas, querer apenas o bem, o bônus, e não estarmos dispostos a enfrentar o ônus que qualquer situação do mundo real exige.
Precisamos ser mais altruístas e entender que assim como as pessoas falham conosco, falhamos com elas também, e a partir disso, entendermos que nunca seremos perfeitos, e que viver é se doar, é amar, é servir.
Para construirmos dias melhores e não apenas ficarmos esperando, precisamos entender que o dia mais importante que temos é o hoje, e que é neste dia que temos que ser melhores, tanto pra nós mesmos como já dito acima, mas também para com nossos amigos, nossos colegas de trabalho, nossos familiares.
Como poderemos ser “melhores no amor, melhores na dor”, se não sabemos sequer lidar com nós mesmos, quiçá com nossos semelhantes. Até quando viveremos apenas “esperando” esses dias?
Como poderemos ser melhores no amor, se não estamos decididos a amar alguém, apesar dos defeitos e diferenças existentes. Amar a mãe, o filho, o pai, são quase que sentimentos naturais, mas será que os amamos de verdade? E quanto a um amigo, qual a dose de amor estamos dispensando?
Apesar de crer que o amor não tem se pode medir em doses. E quanto aos relacionamentos? Cada vez mais sem amor verdadeiro, relacionamentos de interesses, sentimentos líquidos que são desenvolvidos e esquecidos numa mesma noite.
Como poderemos ser melhores na dor, se não estamos dispostos a lutar contra aquilo que nos aflige? Em um mínimo de desconforto, já queremos mudar de emprego, mudar de cidade, mudar até de família, como se divorciar de um casamento fosse a solução de todos os problemas.
Não poderemos ser melhores na dor, se não estivermos dispostos a escutar a dor do outro, a ajudar nosso próximo a lidar com sua dor, mesmo que sendo somente companhia, nos momentos de solidão.
Não conseguiremos ser melhores em tudo, se não estivermos dispostos a sair da nossa zona de conforto, parar de achar que está tudo normal, enquanto nossa mãe chora no quarto, nosso cônjuge está a um passo de cometer suicídio, nossos amigos sofrendo com uma depressão, e não oferecermos um ombro amigo ou um mínimo sequer do nosso tempo para ouvi-los.
E o pior, nós mesmos passando por inúmeros problemas, e não sermos capazes de buscar ajudar, e simplesmente “tentar” fugir da situação.
Precisamos entender que vivemos numa sociedade doente, uma sociedade cada vez mais fria, mais distante, e que acredita que as tecnologias de comunicação digital vieram para aproximar as pessoas. Será mesmo?
Dias melhores se constrói e não se espera, e nada obsta de vivermos esperando dias melhores os construindo, pois a ação também requer uma espera, mas uma espera derivada do verbo esperançar, e não do esperar, pois a esperança nos faz agir, e quando agimos, o mundo real muda.
Que tal se entendêssemos que essa bela canção iniciasse com um “vivemos esperançando, dias melhores, dias de paz, dia a mais”?
Viver com esperança é saber que por mais que não estejamos vivendo como realmente queríamos, estamos agindo, caminhando ao encontro daquilo que esperançamos, para que tenhamos DIAS MELHORES adiante.
Cultive a ESPERANÇA!
(Imagem: Asya Cusima)
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