A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que 350 milhões de pessoas ao redor do mundo sofram com a depressão. Atualmente, é a principal causa de problemas de saúde e incapacitação mundial. No Brasil, cerca de 11,2 milhões de pessoas receberam esse diagnóstico em 2014. Além de ser apontada como a principal causa de suicídio.
Afinal, você sabe o que é depressão? Como reconhecer seus sinais? Como é o tratamento?
Muitas vezes, a pessoa reconhece que há algo errado consigo, porém, crê que será passageiro, assim como as pessoas a sua volta, sendo comuns conselhos como “vai passar”, “você precisa sair mais de casa” ou “é frescura”.
Assim como qualquer transtorno psicológico, não é possível fazer generalizações nem pensar em uma causa e sintomatologia única. Contudo, as depressões se apresentam como um predomínio do sentimento deficitário de si mesmo, em função da própria história de vida. Há grande retraimento e um empobrecimento do eu, que gera intensas angústias.
Quem vive a depressão se sente atacado o tempo todo, então vive numa forma muito particular e avassaladora de tristeza, sentindo a morte em vida. A noção de tempo é que ele está parado, por isso não encontra motivações para continuar sua vida e realizar atividades rotineiras. O sentimento de vazio é intenso, viver parece um enorme sacrifício. Muitos sentem uma perda de identidade e além de dificuldades na concentração, faltam prazeres e alegrias em sua forma de encarar a realidade. A pessoa mostra um medo difuso, cicatrizes que denotam muita dor e frustração. Há uma intensa necessidade em ser amado, por grande insegurança.
O quadro não seria decorrente somente de vivências atuais, mas, certamente, a pessoa viveu falhas anteriores em suas relações e, no momento do desenvolvimento do quadro, algo ocorreu de modo consciente, ou inconsciente, que desencadeou para aquele ser um intenso sentimento de vazio e desamparo, sendo persistente e assim podendo ser chamado de depressão.
Esses indivíduos retratam um impedimento de não poder usufruir algo novo, uma desesperança que invade. Uma desistência frente ao desejo é vivida e o vazio se instala, de modo a viver uma falta de pensamentos, sentir a inexistência de laços com a vida e o eu fica empobrecido. O estado do deprimido é de imobilização e de abolição do desejo, quase como um congelamento.
É necessário um tratamento médico e psicológico associados. As medicações podem contribuir significativamente para a parte química da doença. Porém, a psicoterapia é essencial para que o paciente possa lidar com as causas do problema e desmontá-lo, entendendo o porquê seu psiquismo desenvolveu o quadro, podendo gerar elaborações e reflexões sobre si com o auxílio do psicólogo.
Um conselho para amigos e familiares de pessoas que sofrem com a depressão é de acabar com os conselhos e discursos de otimismo, pois isso só aumenta o sentimento de impotência e fracasso. A vida não pode ser banalizada, é importante priorizar os cuidados consigo mesmo e com quem precisa. Busque sempre ajuda profissional.
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eu ja superei varias
Vivo assim Mariana, triste