A depressão é a principal causa de problemas de saúde e invalidez no mundo. O dado, divulgado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), revela um quadro generalizado: mais de 300 milhões de pessoas no mundo apresentam o transtorno.
No Brasil, 7,6% da população adulta sofre com a doença. Em números, isso significa que 11,2 milhões de pessoas com mais de 18 anos têm depressão, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
O alto índice pode ser relacionado também ao fato da doença muitas vezes ser subestimada pelas pessoas. Com isso, estereotipar os sintomas pode prejudicar quem tem depressão, por essa pessoa achar que o que está sentindo é algo banal e que não necessita de tratamento.
O que é a depressão?
Ao contrário do que muitos ainda pensam, a depressão é uma doença grave, que precisa de tratamento adequado. Inclusive, a OMS acredita que o crescimento da doença se deva também pela falta de apoio a iniciativas públicas para a saúde mental.
“É uma doença como outra qualquer, cujo principal sintoma é a tristeza um sentimento constante. E pode se manifestar durante a maior parte do dia, quase diariamente, por um período de, no mínimo, duas semanas. Se esse sentimento se manifesta durante a maior parte do tempo, pode ser depressão”, alerta o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL).
“O problema começa quando esse sentimento já não é passageiro e começa a debilitar a qualidade de vida desse doente”, diz.
O que causa?
Há algumas hipóteses sobre o efeito da depressão na função dos hormônios e no funcionamento do cérebro. Há especialistas que apontam para a queda da serotonina no órgão como a causadora da doença. Este hormônio faz parte dos neurotransmissores do cérebro e regula sono, apetite e humor.
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Porém, outros indícios mostram que o estresse pode ter papel significativo no quadro de depressão. O aumento de hormônios ligados ao estresse, como o cortisol, pode prejudicar a saúde dos neurônios porque modificam a composição química do meio em que essas células exercem suas funções.
Sintomas da doença: como é uma pessoa depressiva?
Existe um estereótipo de que o paciente com depressão é aquele que não consegue sair da cama, que perdeu a vontade de viver. Mas, na verdade, a pessoa que vive uma rotina normal de vida e trabalho e até aparenta estar feliz também pode ser depressiva, ainda que ninguém perceba.
Realmente existe esse paciente que fica acamado. Porém, quanto mais pessoas forem informadas sobre outros sinais da depressão, tão importantes quanto esses e menos óbvios, melhor. Trata-se de uma doença sorrateira, que se agrava aos poucos e, se não identificada, pode chegar ao ponto de incapacitar completamente o paciente e até matar.
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Sinais menos óbvios da depressão
A tristeza é um sentimento normal e primitivo do ser humano. Assim com a alegria ou a raiva. Mas o sinal de alerta deve apitar quando o mal-estar emocional não passa.
Acordar, passar o dia e dormir triste. Quem tem depressão enxerga a vida a partir de uma ótica diferente. Tudo o que acontece é encarado de uma maneira triste.
“Se esse sentimento se manifesta durante quase todo o dia, todos os dias da semana e por um período mínimo de duas semanas, pode ser indício de quadro depressivo”, alerta o psiquiatra Antônio.
Sintomas para prestar atenção e procurar ajuda
“É preciso prestar atenção para sentimentos e sensações que comecem a prejudicar o cotidiano dessa pessoa. Se há uma queda na qualidade de vida, é preciso observar com cuidado”.
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Consequências da depressão
“Se não tratados, os sintomas da depressão podem trazer prejuízos nas atividades laborais, no convívio social, nos relacionamentos afetivos e com familiares” fala o psiquiatra Antônio. “Em casos mais graves, pacientes podem ter pensamentos e impulsos que levam à abreviação precoce da própria vida”, conta.
Mas o que muitas pessoas desconhecem é o efeito da doença no sistema imunológico e como molapropulsora de outros males. De acordo com o Ministério da Saúde, a depressão pode aumentar em 30% a chance de doenças coronarianas e ataques do coração.
Segundo informações do diretor do Departamento de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) e Saúde Mental da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Anselm Hennis, a depressão também está associada a um aumento de 60% do risco de desenvolver diabetes tipo 2.
É possível tratar a depressão sem remédios?
Para o psiquiatra Antônio, “as pessoas precisam entender que a depressão é uma doença, que necessita do acompanhamento adequado e, na maioria das vezes, com uso de medicamentos”.
“Nos casos mais leves, a psicoterapia é suficiente para devolver ao indivíduo a qualidade de vida, ao mudar padrões de comportamento. Mas para casos moderados a graves, o uso do medicamento é imprescindível”, diz o médico.
De acordo com Antônio, estudos apontam que a combinação entre medicamentos e a psicoterapia é a forma mais efetiva de se tratar a depressão.
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Se desconfiar estar com depressão, não pense duas vezes e procure um psiquiatra. Ele vai avaliar o seu caso e orientar você quanto ao tempo adequado de tratamento e os possíveis efeitos colaterais da medicação.
Prevenir a depressão é possível com gerenciamento da vida
Na opinião dos profissionais, a maneira mais eficaz de combater a depressão é tomar medidas protetivas.
É preciso fazer um bom gerenciamento da vida como um todo, procurando sempre manter equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Atividades simples ajudam na manutenção do bem-estar:
“A vida contemporânea contribui demais para o crescimento da depressão. Trabalhar demais e viver poucos momentos gostosos. Nem todo mundo tem a sorte e a oportunidade de ter um trabalho maravilhoso, estar feliz, ganhar o que acha que merece e ainda ter tempo livre” diz Pamela.
(Autora: Mariana Amorim)
(Fonte: vix)
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