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Depressão na terceira idade

“Nunca despreze as pessoas deprimidas. A depressão é o último estágio da dor humana.”
(Augusto Cury)

O processo de envelhecimento embora difícil para muitos, é algo que acontece naturalmente, trazendo junto consigo algumas mudanças. Todo ser humano em qualquer fase de sua vida pode experimentar sintomas depressivos. Na terceira idade a probabilidade de padecer desta doença é ainda maior.

As causas da depressão nessa e em outras fases da vida podem ser biológicas e psicossociais. O primeiro refere-se à perda neuronal e diminuição de neurotransmissores. Já os fatores psicossociais são os eventos que ocorrem ao longo da vida: aposentadoria, perda de um ente querido, mudanças na rotina. Doenças físicas e efeitos colaterais destas, como uma dor, por exemplo, também podem causar ou piorar o quadro.

As particularidades da depressão na terceira idade são queixas somáticas como, dores crônicas, distúrbios do sono e apetite. Dentre os sintomas psicológicos, o mais frequente é a perda da capacidade de sentir prazer e déficits cognitivos, particularmente de memória.

A depressão em idosos é um importante fator para piora da qualidade de vida destes indivíduos, especialmente para os que permanecem não diagnosticados e sem tratamento. A depressão desencadeia ou mesmo agrava as doenças preexistentes.

Os principais sintomas são:

Embotamento Emocional: As pessoas gravemente deprimidas, frequentemente sentem-se como se tivessem perdido seus sentimentos, não conseguindo nem chorar. Sentem-se às vezes distante e indiferente em relação às pessoas mais próximas.

Ansiedade: Nas pessoas deprimidas, essa sensação pode durar meses. Algumas pessoas acordam de manhã num estado de grande ansiedade, porque temem o decorrer do dia.

Pensamento depressivo: A pessoa depressiva enxerga o mundo sempre por um lado negativo. Sente muita culpa por tudo, esquece-se das coisas boas que já fizeram, relembrando e intensificando as coisas más. Estes tipos de pensamentos negativos destroem a pessoa aos poucos, deixando-a mais deprimida ou ansiosa, formando-se um círculo vicioso.

Falta de concentração e memória: A pessoa sente dificuldade em se concentrar, se consome por preocupações e pensamentos depressivos tornando-se difícil pensar em qualquer outra coisa. Os problemas com a concentração podem levar á indecisão e falta de atenção, deixando a pessoa confusa e desorganizada.

Delírios e alucinações: A presença de pensamentos distorcidos que se perdem da realidade. Os delírios ou convicção falsa, considerada inabalável pela pessoa que o tem, podem ocorrer na depressão grave, refletindo e reforçando o humor depressivo.

Ideias suicidas: Muitas pessoas deprimidas pensam no suicídio, mesmo que seja um pensamento passageiro. Quando a pessoa se encontra num estágio profundo de depressão, o passado lhe parece horrível e cheios de erros, o presente terrível e temem o futuro chega à conclusão de que não vela a pena continuar vivendo, que todos ficariam melhores sem ela, e sendo assim, devem tirar suas próprias vidas.

Sintomas físicos: como problemas de sono, lentidão mental e física, perda de apetite. Algumas pessoas no lugar dos sintomas comuns a depressão desenvolvem sintomas físicos reversos como dormirem demais, ter um apetite maior e ganhar peso.

Tratamento

O tratamento adequado para a depressão é feito por um médico psiquiatra e por um psicoterapeuta comportamental. A Terapia Cognitivo Comportamental da depressão é um processo de tratamento que ajuda os pacientes a modificarem crenças e comportamentos que produzem certos estados de humor.

Ela deve, na maioria dos casos, ser associada á medicação para o reequilíbrio das funções dos neurotransmissores. Uma estratégia imprescindível é “ocupar a vida”, todos nós temos que ter uma razão para viver, para se levantar da cama, somos seres sociais, dessa forma, a busca por companhia, por uma vida social ativa é parte importante no processo de cura da depressão. É preciso ter o que chamamos de AVD (atividade da vida diária), nenhum indivíduo fica saudável por muito tempo sem atividade física e mental.

Procure novamente o prazer, ele pode estar em qualquer dessas atividades e é possível, sim, ser feliz durante toda a vida.

Viviane Battistella

Psicóloga, psicoterapeuta, especialista em comportamento humano. Escritora. Apaixonada por gente. Amante da música e da literatura. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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