Frequentemente ouço casais que dizem que se amam tanto que se uniram em uma só pessoa, ou seja: deixaram de ser duas pessoas com suas angústias, aflições, desejos e inseguranças, para se tornarem uma só pessoa.
Essas mesmas pessoas consideram que sofrer por amor é algo natural em um romance, quer dizer que uma pessoa é completamente apaixonada pela outra a ponto de se preocupar mais com a vida dela do que com a própria.
Entretanto, quando a necessidade de ficar constantemente ao lado do parceiro romântico vem acompanhada do hábito de cuidar demais e se preocupar de maneira exagerada com o outro pode indicar se tratar de um amor patológico.
Amor doentio
Acontece que a pessoa que está sofrendo por causa de um amor patológico muitas vezes nem reconhece que tem esse conflito, normalmente são as pessoas mais próximas que percebem, como os amigos, parentes e algumas vezes o próprio parceiro romântico, que se sente sufocado e preso pelo “excesso de cuidado, de zelo, de paixão”.
Nesse amor patológico, a pessoa doente coloca a felicidade do outro em primeiro lugar na sua vida, é capaz inclusive de fazer qualquer coisa para ver a outra pessoa feliz.
Esse comportamento pode ter sido motivado na infância, quando a criança relacionou o vínculo de amor, com dependência.
Essa interpretação de amor e dependência pode ter surgido na infância, quando a criança foi acometida por uma forte sensação de insegurança, que gerou danos protelados até a vida adulta.
Essa maneira doentia de amar nem sempre é fácil de ser diagnosticada, pois nem sempre está atrelada à gestos de ciúmes e violência, podendo ser um sofrimento silencioso.
A pessoa que sente esse amor patológico é capaz de tudo perdoar, em nome desse “amor”. Ela não percebe que está sendo enganada, faz dívidas, abandona a casa dos pais, perdoa traições, deixa de trabalhar, suporta ofensas e até mesmo agressões físicas.
A pessoa com esse tipo de amor patológico sente uma excessiva necessidade de controlar as atividades e os passos do parceiro, deixa de ter atividades e interesses pessoais para se dedicar exclusivamente ao relacionamento e até mesmo chega a ignorar problemas familiares e íntimos para sempre socorrer e se mostrar disponível ao seu parceiro (a).
Essa pessoa está viciada, é como se o seu parceiro fosse uma droga da qual não se consegue desvincular. Não pense que o sofrimento acaba com o fim da relação, a pessoa pode até desenvolver crises de abstinência, como alteração de apetite, insônia, ansiedade, depressão, taquicardia, dentre vários outros conflitos emocionais.