Viajar pode ser uma solução para repensar nos problemas cotidianos e encarar a vida de uma maneira diferente. Existem diversos depoimentos de pessoas que conseguiram se desvencilhar de problemas psicológicos após um tempo de descanso e o envolvimento com um local totalmente novo.
A engenheira Andréa Gusmão, 30 anos, é uma das vítimas da depressão, o mal assola sua vida desde a adolescência. Durante anos ela partiu em busca de soluções para acabar com os sintomas que a deixava deprimida.
A paulistana passava dias na cama lutando contra um mal invisível, que não a permitia o encaixe com o restante das pessoas, trabalhar, estudar e se comunicar. Depois de muita procura ela ingressou na psicoterapia.
Durante o ciclo trocou de profissionais por 3 vezes, foi quando encontrou a ajuda que precisava. Depois de um intensivo e duradouro trabalho, de sua psique e seus gatilhos, ela resolveu dar uma guinada e correr atrás da cura definitiva.
“Sofro com a depressão desde a morte de minha mãe, na época eu tinha apenas 12 anos de idade. Desde então procurei a cura em tudo que me sugeriam, inicialmente comecei com a busca pela fé, com isso passei a frequentar e conhecer mais profundamente várias religiões. Minha falta de pratica e frequência, me fez abandonar os cultos, reuniões e missas.
Depois passei para os remédios, que me deixavam dopada e não me traziam para a realidade. Com a indicação do psiquiatra comecei com a terapia, em conjunto com o tratamento. Aos poucos fui me desvencilhando das drogas licitas e passei a me posicionar melhor, em relação as minhas aflições e problemas emocionais.
A guinada na minha vida veio com uma viagem para o exterior, onde passei 3 meses conhecendo pessoas e lugares, por lá eu pude ver que existem graus muito maiores de dificuldades e todos os obstáculos podem ser ultrapassados. Voltei de “alma lavada” e comecei uma vida nova. Hoje encaro todas as situações com outros olhos”, contou Andréa com lágrimas nos olhos.
O sonho em pratica
“Eu não tinha condições, mas meu sonho era conhecer Portugal. Coloquei esse como meu principal objetivo e ele me fez derrubar os bloqueios. Trabalhei em jornada dupla, entre o estágio e “bicos” temporários.
Pareado com isso, já ia fazendo planilhas, onde colocava itens de uso básico, alimentação e hospedagem. Procurei por sites de promoções, cupons e ofertas de supermercados, para conseguir saber as medias de preços e me guiar até as regiões mais baratas. Com isso consegui passar 3 meses no Europa, voltei renovada e logo depois ingressei em um novo planejamento, acredito que os planos e sonhos nos mantem na ativa”.
Opinião profissional
Os profissionais têm uma opinião muito positiva sobre o assunto, em um depoimento no Doctoralia, Daniele Mioto, psicóloga de Erechim, deu um parecer muito relevante sobre a importância das viagens na busca pela cura.
“Na depressão além do sentimento de tristeza, está presente a anedonia, ou seja, a falta de prazer em fazer as atividades que antes eram prazerosas, levando a pessoa a cada vez fazer menos coisas que gostava, aumentando os sintomas de depressão.
Dentro da terapia cognitivo-comportamental é indicado ao paciente retomar aos poucos as atividades que foram deixadas de lado, mesmo que no primeiro momento não sinta tanto prazer quanto antes.
Então se gosta de viajar, pode ser indicado fazer isso e contribuirá com o tratamento. No entanto é essencial fazer terapia e em alguns casos com auxílio de medicação” completou.
(Imagem: Sofia Sforza)