Isso vem se falando há muito tempo e no campo das Neurociências já há estudos e confirmação científica suficiente para se começar a tratar do cérebro cuidando do intestino.
Vejam só. Deve ser por isso que temos tanta gente fazendo “asneiras” por aí. Descobriu-se que nos intestinos existem conexões nervosas e químicas, com neurotransmissores e até possibilidade de sinapses, como ocorre no nosso cérebro.
Por isso um estudo publicado dia 19 de Maio na revista Cell Reports mostram que antibióticos fortes o suficiente para matar as bactérias do intestino também podem parar o crescimento de novas células cerebrais no hipocampo, uma parte do cérebro associada à memória.
Os investigadores também descobriram que um tipo de células brancas do sangue parecem agir como um comunicador entre o cérebro, o sistema imunitário, e o intestino. “Descobrimos que um tratamento prolongado com antibióticos pode afetar o funcionamento do cérebro,” diz a autora do estudo, Susanne Asu Wolf do Max-Delbrueck – Centro de Medicina Molecular, em Berlim, Alemanha.
“Mas, por sorte, probióticos e exercícios podem equilibrar a plasticidade do cérebro e deve ser considerada como uma opção de tratamento real junto com os antibióticos” complementou.
Wolf viu pela primeira vez essas pistas que o sistema imunológico poderia influenciar a saúde e o crescimento de células cerebrais através da investigação em células T, quase 10 anos atrás.
Mas haviam poucos estudos que encontrassem uma ligação a partir do cérebro para o sistema imunológico e de volta para o intestino. No novo estudo, os pesquisadores deram a um grupo de ratos antibióticos suficientes para que eles eliminassem quase toda a flora intestinal.
Em comparação com ratos não tratados com antibióticos, os ratos que perderam suas bactérias intestinais saudáveis tiveram um pior desempenho em testes de memória e mostrou uma perda da neurogênese (capacidade de criação de novas células) em uma seção de seu hipocampo, região onde normalmente novas células cerebrais são produzidas ao longo da vida de um indivíduo.
Ao mesmo tempo que os ratos experimentaram perda de memória e da neurogênese, a equipe de pesquisa detectou um nível mais baixo de células brancas do sangue (especificamente monócitos) marcados com Ly6Chi no cérebro, sangue e medula óssea.
Assim, os pesquisadores testaram e confirmaram que foi a perda dos monócitos Ly6Chi que estavam por trás das mudanças na neurogênese e memória.
Em outro experimento, a equipe de pesquisa comparou ratos não tratados com ratos que tinham níveis de bactérias intestinais saudáveis quer devido à genética ou devido ao tratamento com anticorpos. Em ambos os casos, os ratos com níveis baixos de células Ly6Chi mostraram as mesmas deficiências de memória e neurogênese que os ratinhos que tinham perdido as bactérias do intestino na outra experiência com antibióticos
Assim que os níveis de Ly6Chi foram repostos nos ratos tratados com antibióticos, a memória e a capacidade de criar novas células foi restabelecida.
” Para nós foi impressionante encontrar essas células Ly6Chi que viajam da periferia para o cérebro, e se encontra algo de errado no microbioma , as Ly6Chi atuam como uma célula de comunicação “, diz Wolf.
Felizmente, os efeitos secundários adversos dos antibióticos pode ser revertida. Os ratos que receberam probióticos ou que se exercitaram em uma roda após ter recebido antibióticos, tiveram a memória e a neurogênese recuperadas.
“A magnitude da ação dos probióticos sobre as células Ly6Chi , neurogênese e cognição me impressionaram “, diz ela .
“No futuro , os pesquisadores esperam ver mais ensaios clínicos que investiguem se os tratamentos com probióticos irá melhorar os sintomas em pacientes com doenças neurodegenerativas e distúrbios psiquiátricos . “Poderíamos medir o resultado de humor, sintomas psiquiátricos , a composição do microbioma e a função imune celular antes e após o tratamento com probióticos “, diz Wolf.
Agora já podemos perdoar os “enfezados”. Se a cabeça não anda boa, melhor cuidar dos intestinos e evitar antibióticos. Se não tiver jeito, probióticos e malhação para recuperar a capacidade de lembrar das coisas.
Sugiro a leitura de um outro artigo publicado aqui, onde fala dos benefícios e da criação de novas redes neuronais através dos exercícios físicos….já pra esteira!!!
Story Source:
Parte do material acima foi traduzido e adaptado da revista Cell Press com autorização dos autores.
Journal Reference:
1. Möhle, Mattei, and Heimesaat et al. Ly6Chi Monocytes Provide a Link between Antibiotic-Induced Changes in Gut Microbiota and Adult
Hippocampal Neurogenesis. Cell Reports, 2016 DOI:10.1016/j.celrep.2016.04.074
Por favor, me interessei sobre o texto citado:
Sugiro a leitura de um outro artigo publicado aqui, onde fala dos benefícios e da criação de novas redes neuronais através dos exercícios físicos….já pra esteira!!!
Procurei em todo o site e nao achei…
Por gentileza, voce poderia me enviar o link?
Obrigado,
Alexandre
Boa tarde Alexandre.
Consegui ver o artigo e copiei o link que encaminho abaixo.
http://www.fasdapsicanalise.com.br/exercicios-constantes-ativam-neurotransmissores-e-podem-ajudar-a-recuperar-a-saude-mental/
Creio que se entrar em “Mais do Autor” e for abrindo…aparecerá também.
Caso não consiga me encaminhe seu email que te direciono….deve estar no Blog também.
Se quiser falar sobre o assunto, será um prazer.
Abraço e um feliz fim de semana.
Genaldo
Venho notando que quando meu intestino Não funciona ,tenho dificuldade para dormir ,se concentrar e,meu humor fica alterado .minha ansiedade aumenta até ter uma descarga de adrenalina desencadeando até uma diarreia.sempre um sintoma acompanhado de outro .
Essa matéria só veio confirmar minha suspeita .
Sou Nutricionista e sempre falo isso para os meus pacientes. Pois sabemos que o intestino é o segundo cérebro. O local onde os nutrientes são absorvidos, local de porta de entrada para vitaminas, sais minerais e água. Portanto, se quer uma vida melhor cuide bem do seu intestino.