Às vezes, a semana não está tão boa; às vezes, o dia está ruim, quem sabe, estejamos vivendo nossos piores dias e, quando entramos nas redes sociais, nós nos deparamos com um feed onde todos são lindos, com vidas perfeitas, cheias de conquistas, viagens e momentos que parecem ter saído de um filme de Hollywood.

A felicidade deles, de certa forma, nos incomoda e, mesmo sem querer, ficamos mal, porque diante de tanta perfeição e felicidade, nós nos sentimos fracassados e pensamos que, talvez, sejamos os únicos que se sentem sozinhos, tristes e insatisfeitos.

Achamos que a vida de todo mundo é melhor do que a nossa. O que não percebemos é que essa é a grande sacada das redes sociais: o poder que temos de criar uma realidade que não existe.

Nós (e metade da população) decidimos compartilhar só o que é bom, feliz, bonito e agradável. Guardamos os melhores cliques, as melhores poses, os maiores sorrisos, as roupas mais bonitas para a postagem perfeita em nossas redes sociais. Mas raramente demonstramos nossa fraqueza, nossa escuridão, nossa confusão, ou os momentos feios, onde a vida parece passar em preto e branco.

Essa necessidade de pertencer, de ser aceito, de ser popular, de receber elogios é o que nos deixa doentes. Nossa saúde mental anda comprometida, nosso coraçãozinho anda entristecido, e nós precisamos aprender a hora de desacelerar.

Às vezes é preciso desconectar-se, fazer um log out, dar um tempo, e cuidar um pouquinho de nós. Precisamos equilibrar o físico, o mental e o espiritual.

Acompanhar a vida perfeita de alguém pode ser divertido, mas é muito perigoso. Principalmente quando as conquistas alheias enfatizam nossas derrotas. Ninguém tem a vida que é refletida em um perfil editado, modificado e trabalhado para ser perfeito e feliz! A perfeição não existe e quando entendemos o que isso de fato significa, conseguimos apreciar mais o que temos, e quem somos.

A comparação caminha de mãos dadas com a insatisfação, e hoje, mais do que nunca, precisamos entender, de uma vez por todas que ninguém, absolutamente ninguém é igual a outra pessoa. E mesmo que existam similaridades físicas, nosso registro, nossa identidade, são as impressões digitais que nossa alma e nosso espírito, carregam. Nossa essência é nossa verdade. Nossa essência é única e incomparável.

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A satisfação mora nos espaços onde só existe gratidão.

Se parar para pensar com carinho, vai perceber que você tem tudo, tem tanto, mas nunca está contente, porque sempre quer mais. Estamos todos enfeitiçados pela inverdade de que a felicidade mora no futuro: quando comprarmos a casa, o carro, quando terminarmos a faculdade, a pós-graduação. Quando o ano novo chegar tudo vai ser diferente.

Estamos infelizes com nosso peso, mas só começamos a dieta na segunda-feira. Achamos que alguém, em algum lugar do mundo, chegará em nossas vidas para nos completar, porque não queremos acreditar que somos inteiros e suficientes para nós mesmos. A lista de exemplos é extensa, e o que quero dizer é:

Pare de esperar a hora certa, pare de colocar todos os seus sonhos e a sua felicidade em um futuro que, às vezes, parece tão distante. Pare de olhar para os outros, pare de se comparar, pare de falar sobre o que você não tem, e agradeça por ser quem você é e ter o que você tem.

Viva no hoje, realize e faça acontecer no agora, porque o presente é nossa única certeza. O passado já foi, o futuro é um mistério.

Ame a sua vida do jeito que ela é, e ame-se o suficiente para saber que cada um vive uma jornada única e exclusiva, e que alguém, em algum lugar, daria tudo, para somente estar aqui nesse mundo e ter mais uma chance de apenas viver.

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Wandy Luz tem 30 anos, mora em Londres há 11 e trabalha para a Fundação Bill Gates, é colunista e apresentadora do Boa Noite UK. É colunista do site Fãs da Psicanálise. "Enquanto vivo, sinto e aprendo, compartilho através de um bale não sincronizado de palavras, todos os segredos do meu coração".

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