Deixar aflorar certas emoções pode ser absurdamente doloroso. É por isso que muitos de nós não falamos sobre determinados assuntos que podem nos trazer o mesmo sofrimento que sentimos quando vivenciamos o fato dolorido. Em vez disso, ignoramos nossas emoções ou as rejeitamos. Nós tentamos anestesiar a dor com um copo de vinho ou três. Nós nos isolamos. Nós nos cortamos, nos embriagamos, ou nos engajamos em outros tipos de autoflagelação.
Desde cedo somos ensinados, por parentais ou na escola, a escondermos nossos sentimentos, “engolir o choro”, “deixar de frescura”, “parar de fazer birra”, são alguns dos exemplos do que escutamos para conter nossas emoções. Há aqueles que são altamente sensíveis, que compõem 20 a 30% da população. Eles experimentam as suas vivências mais intensamente e, portanto, têm mais dificuldades para aprender a lidar com as emoções, porque ficam sobrecarregados por elas.
Mas enquanto pensamos que estamos minimizando a dor com esse tipo comportamento, estamos realmente a ampliando. Por exemplo, a curto prazo a automutilação pode ser relaxante. No entanto, a longo prazo isso só aumenta o estresse: as pessoas podem sentir culpa ou vergonha porque tentam impedir o comportamento; pode danificar seus relacionamentos; seus cortes e queimaduras podem exigir atenção médica…
Em outras palavras, quando lutamos contra a dor: julgando, tentando afastá-la, evitá-la, ignorá-la, ela realmente desencadeia outras emoções dolorosas, resultando em mais dor emocional.
Compreender as nossas emoções significa simplesmente permitir senti-las, resistir à vontade de nos livrar da dor e não sermos julgador por termos essas emoções.
Veja um exemplo: há um mês, você e seu amigo planejaram sair. Mas ele cancela depois que outro amigo ganha ingressos para ver sua banda favorita no mesmo dia. Seus sentimentos estão feridos porque você fez esses planos há um tempo, estava ansioso para finalmente chegar este dia e você sente como se tivesse sido dispensado.
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Perceba essa mudança de padrão de pensamento, você pode dizer a si mesmo: “faz sentido que ela vá ao show porque é sua banda favorita, estou sendo ridículo por me sentir magoado” ou “Eu provavelmente faria a mesma coisa. Deixe isso para trás, você está sendo uma criança”.
Em vez de julgar a si mesmo ou lutar contra seus sentimentos, compreender as suas emoções é diferente, provavelmente você diria assim para si: “Faz sentido que eu esteja me sentindo ferido porque estava ansioso para passar tempo com meu amigo” ou “Eu me sinto magoada por ela ter escolhido o show ao invés de mim, e tudo bem que eu me sinta assim.”
Esse último pensamento não elimina a sua dor, mas impede qualquer dor emocional extra, pois você compreende a sua emoção. É claro que compreender as nossas emoções pode ser difícil. Mas é uma habilidade que você pode aprender e praticar. Dê a si mesmo o tempo necessário para tentar alcançar essa compreensão e evoluir o seu padrão de pensamento.
(Fonte: psychcentral)
Tradução e adaptação: equipe Fãs da Psicanálise