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Como diferenciar uma crise de ansiedade da Síndrome do Pânico?

É impossível passar a vida sem sentir ansiedade. Crianças pequenas ficam ansiosas antes das festinhas de aniversário, crianças maiores tem ansiedade antes de uma prova, adolescentes se angustiam frente a perspectiva da primeira relação sexual, adultos então…nem se fala…são inúmeras as causas que os deixam ansiosos. Tudo isso é normal e faz parte do crescer e evoluir.

Algumas pessoas, porém, são extremamente ansiosas. Isso significa que em qualquer situação de expectativa ou de adversidade, sofrem como se o pior cenário fosse iminente. E a consequência física é imediata: falta de ar, sensação de um “bolo” no peito, palpitação, enjoo e tonturas, entre os sintomas mais evidentes. Isso caracteriza uma crise de ansiedade. Atrapalha as atividades cotidianas e desmotiva os relacionamentos sociais e familiares.

A Síndrome do Pânico é mais que isso. É um transtorno de ansiedade. Como se fosse uma crise de ansiedade amplificada, mais intensa, maior. Bem maior. A sensação que as pessoas tem é de morte iminente, inevitável. Isso dá mais que medo, dá pânico! Daí o nome.

O grande problema é que a Síndrome do Pânico começa do nada. Exatamente assim, quando menos se espera. O coração começa a bater cada vez mais rápido, dando a sensação de que vai “pular” pela boca. A taquicardia e palpitação em geral vem acompanhadas de tontura, falta de ar e sensação de sufocamento, tremores, suor frio, boca seca, náusea e dor abdominal. Estes sintomas aparecem em geral juntos e em questão de minutos tomam conta das pessoas. Resultado: a sensação de perda dos sentidos, desmaio e morte é inevitável.

A Síndrome do Pânico desencadeia-se sem um motivo aparente, uma causa definida, palpável ou evitável. Por isso é “traiçoeira” e faz com que as pessoas sintam-se constantemente inseguras e ansiosas ante a possibilidade de sofrerem estes sintomas absolutamente desconfortáveis. Muitos referem alguns “gatilhos” para o despertar de uma crise. Alguns deles sem nenhuma explicação lógica plausível como, por exemplo, andar de carro em um viaduto; entrar em locais específicos como um cinema ou teatro, mesmo vazios, ou participar de reuniões. Assim a Síndrome do Pânico distingue-se da crise de ansiedade: pela intensidade dos sintomas agudos e pela imprevisibilidade de sua ocorrência.

Estudos apontam que aproximadamente 70% das pessoas acometidas são mulheres, principalmente as jovens na faixa dos 15 – 25 anos.

Não obstante a intensidade e desconforto que causa, há uma boa notícia: a Síndrome do Pânico tem tratamento. Muito eficaz. Deve ser feito com uma combinação de terapia comportamental e medicamentos, que só o médico pode orientar. Funcionam bem e isso faz com que as pessoas consigam retomar suas atividades sem medo, sem pânico.

Entender o que sentimos nos ajuda a encarar a vida e os nossos “medos” de frente, com maior chance de superarmos etapas difíceis!

 (Autora: Dra. Ana Escobar – médica pediatra, professora livre docente FMUSP)

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