É bem provável que não se recorde, mas, quando nasceu, você morava dentro de você mesmo, literalmente: seu corpo era seu invólucro, sua “casca”, sua casa. Recém-chegado neste mundo, você, que passara nove meses no bem bom do ventre de sua mãe, onde era abastecido com tudo que precisava e sem nada para se preocupar, exceto crescer para um dia nascer, se viu deparado com uma realidade bem diferente. A comida não vinha mais automaticamente, era preciso berrar para que o leite viesse ou quando qualquer outra coisa incomodava.
Preso dentro daquele seu pequeno e indefeso corpo, que ainda não tinha muitas habilidades, você se encontrava numa situação de total dependência, mas, ao mesmo tempo, você estava ali, com o espírito livre, dando continuidade ao tempo passado no ventre, sendo simplesmente você.
Você viveu assim por algum tempo, sempre naquele presente momento, sem preocupações, sem sentimentos de culpa, sem pensamentos negativos, sem nada dessas coisas. Naquela época, você vivia com o corpo, a alma, o coração e a mente juntos no mesmo lugar, em unidade consigo mesmo, mas também com a natureza, com o mundo à sua volta, com o Universo, com tudo. Em outras palavras, você era feliz.
Penso que nossos primeiros anos de vida são os mais leves de nossa existência. Crianças pequenas simplesmente vivem, já que são ainda muito jovens para carregarem consigo uma consciência pesada ou para se preocuparem com o dia seguinte e com problemas que ninguém sabe se realmente virão. Elas vivem aqui e agora, não no passado ou no futuro. Quando sofrem, sofrem por causa do presente, que normalmente se resume a uma barriga vazia ou uma fralda cheia. Para as crianças, o centro de tudo é o próprio centro e é dali que elas, centradas, observam e exploram o mundo e começam a aprender coisas novas, muitas coisas novas.
Incentivar esse aprendizado é importante, pois a criança tem fome de saber e essa fome é saciada pelas novas coisas que ela vai conhecendo todos os dias, coisinhas e coisonas, que vão lhe pregando e formando e ajudando a entender como é que esse mundão lá fora, o mundo dos adultos, funciona.
É necessário descobrir as coisas. É assim que uma criança se desenvolve, é assim que ela cresce: “alimentando-se” de coisas novas. E, é claro, seu desenvolvimento depende da qualidade desse “alimento”: quanto melhor for a qualidade das coisas novas que uma criança vai descobrindo/aprendendo, melhor ela se desenvolverá.
Tudo estará bem enquanto essas coisas servirem para fortalecer a criança em seu centro, em sua verdadeira personalidade e na sua unidade consigo e com o Todo. Os problemas começam quando a criança sai de si mesma para descobrir as coisas do mundo e se identifica com elas, passando a acreditar que essas coisas seriam parte dela ou, ainda mais grave, que ela seria essas coisas.
Não demora muito para a criança ganhar um brinquedo (uma coisa!) de presente. Pode ser que haja então outras crianças também desejando o mesmo brinquedo, surgindo, de um lado, a inveja das demais crianças e, do outro, o orgulho que uma criança sente de ter algo tão cobiçado por outros.
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Assim, a criança começa a se identificar com as coisas que ela tem, caindo numa armadilha que, na pior das hipóteses, a fará sofrer pelo resto de sua vida: ela confunde ter com ser, acredita que é o que ela (ou sua família) possui materialmente e estrutura toda sua vida de uma forma que possa administrar bem seus pertences ou adquirir outras coisas para ter mais, convicta de que também assim seria mais.
Com o passar do tempo, a situação só piora. Muitas outras coisas vão tomando conta da criança e, mais tarde, do adulto: novos brinquedos, uma bicicleta, a roupa de marca, o carro, a casa, o saldo no banco, etc., etc., etc.
O resultado são pessoas infelizes por sempre acreditarem que nunca têm o suficiente, que precisam sempre de mais, pois, ao se identificar com coisas, uma pessoa crê que precisa ter mais delas, já que o ter substituíram o ser e as coisas substituíram a essência desse ser. Em outras palavras, ao se afastar de si mesma e se identificar com coisas, a pessoa se esvazia e tenta compensar esse vazio com mais coisas. É um círculo vicioso, que não para mais.
Quem vive assim, preso às coisas, se identificando com elas e achando que tê-las seria a mesma coisa que ser ele mesmo, expande sua vontade de posse e tenta possuir e controlar tudo à sua volta. É assim que ele busca “ter um amor” ao invés de simplesmente amar ou “ter amigos” ao invés de ser um bom amigo.
Correr atrás de coisas custa tempo e energia e, o pior de tudo, nos afasta de nós mesmos, de nosso centro, de nossa essência. É correr atrás de uma ilusão. E, assim, isso jamais nos tornará feliz.
Se você agora olha para sua vida e percebe que viveu até agora assim, se identificando com coisas, mais preocupado com ter do que realmente ser, não precisa se envergonhar disso, pois você foi condicionado a tal. Você só seguiu exemplos à sua volta, você imitou aqueles que pareciam saber o que estavam fazendo e assim você terminou seguindo o mesmo caminho.
Foi assim até agora? Então foi! Mas esqueça-se do passado. Nunca é tarde para tomar consciência da inutilidade dessa identificação com as coisas, para se recordar de quando você era e para voltar a viver em unidade com você mesmo, com a vida, com tudo. Você não é as coisas que tem na vida. Você é um ser livre que carrega em si tudo que precisa para ser feliz. Ainda é tempo para desapegar das coisas e voltar a ser você! O que está esperando?
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