As pessoas pensam que é inofensivo quando me dizem para me acalmar. Elas acham que estão ajudando quando me lembram que outras pessoas estão piores e que meus problemas não são grandes o suficiente.

Mas, na realidade, elas estão apenas me fazendo sentir culpada. Elas estão me fazendo sentir como se eu não tivesse o direito de me preocupar – mesmo que eu não possa me impedir de me preocupar. Não é algo que eu possa controlar. É algo com que tenho de lidar todos os dias, independentemente de alguém achar que meus problemas são dignos de incomodo.

As pessoas acham que é inofensivo quando brincam sobre o quanto estou distante quando não digo uma palavra em horas. Elas acham que assim estão me incluindo na conversa. Elas acham que eu sou parte da piada. Elas acham que suas palavras são alegres e divertidas – mas afetam gravemente minha autoestima. Eu já estou ciente da minha ansiedade.

Não preciso de mais ninguém para a destacar, para chamar a minha atenção, para me envergonhar na frente de uma multidão quando já estou me sentindo desajeitada e sozinha. Não preciso mais me sentir excluída.

As pessoas pensam que é inofensivo quando elas me pressionam em situações “divertidas”. Como elas gostam de ir a clubes e cantar karaokê em um palco, eles erroneamente assumem que eu gostaria de fazer essas coisas também. Elas acham que estão ajudando quando empurram, empurram e me empurram para me juntar a elas.

Elas acham que tudo vai ficar bem assim que eu sair da minha concha. Eles acham que me forçar a fazer algo “divertido” vai ser bom para mim. Mesmo que eu já tenha dito a elas um milhão de vezes que eu não estou interessado, elas nunca acreditam em mim. Elas acham que me conhecem melhor do que eu.

As pessoas acham que é inofensivo quando me pedem para me apressar sem levar minha ansiedade em consideração. Elas não percebem quanta energia pode levar para chamar um número e pedir pizza ou parar no posto de gasolina e encher o tanque. Eles não entendem que eu quero ser produtivo, mas posso levar muito mais tempo para realizar tarefas aparentemente simples do que outras pessoas. Às vezes, elas acham que sou preguiçoso ou estou adiando, quando na verdade estou apenas tentando reunir coragem para fazer o que preciso fazer.

As pessoas acham que é inofensivo quando fazem comentários casuais sobre como “consertar” minha ansiedade. Elas não entendem como é problemático me dizer para sorrir mais, para parar de me estressar tanto, para parar de me importar tanto. Elas não entendem como é inútil me dizer o quanto ficaria mais feliz se eu me esforçasse mais, se saísse mais, se parasse de passar tanto tempo no meu quarto.

Elas não entendem que minha ansiedade não vai simplesmente desaparecer fingindo sorrisos e concordando com mais planos. Elas não entendem que eu já estou colocando esforço em minha saúde mental, eu já estou tentando ao máximo superar minha ansiedade, mas isso não significa que ela vá desaparecer.

Fonte original: thoughtcatalog.com

*Texto traduzido e adaptado com exclusividade para o site Fãs da Psicanálise. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos.

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1 COMENTÁRIO

  1. O texto é bom, mas bem egoísta, sem considerar que outro lado mesmo sendo inconveniente ainda sim se importa, sem ter em vista que a maioria das pessoas não sabe lidar com ansiedade, tanto as que vivem com a ansiedade como as que covivem com elas através de outras pessoas. Esse site tem soltado uns textos bem fracos.

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