A vida é uma provocação. Só e apenas isso. No entanto, não é uma provocação nociva ou destrutiva. É antes uma provocação natural para que você se respeite e se ame, a cada escolha que faz.
Lembre-se de que a base da sua vida é idêntica à base do respeito que você mostra por si mesmo e à do amor com que se aceita. Cada situação, emoção, sentimento que ela o faz viver é uma provocação à forma como vai agir. A provocação tem sucesso quando a sua escolha é de se respeitar e amar.
Ela tem um sucesso diferente quando você escolhe se desrespeitar ou não amar, unicamente porque vai colocá-lo da próxima vez uma provocação ainda maior e mais difícil para dar-lhe uma nova oportunidade de se respeitar e amar.
Dito desta forma, parece difícil aquilo que o espera. Bem, pelo contrário. Sem uma boa provocação, normalmente você não saia da mesmice e não permita a mudança na sua vida. Por vezes, esquece que não veio cá cumprir, mas antes criar. Sem provocação não existe criação.
A provocação pode vir com uma perda, um amor, uma resistência, um desafio, uma dor.
Para que você defina o lado para onde vai encaminhar a sua vida – um caminho de respeito por si ou de desrespeito por quem você é – a vida o coloca quatro grandes provocações a cada vivência. Tome consciência das vezes em que as evita e tome a decisão de, a partir de hoje, fazer de forma diferente cada uma das suas escolhas.
1ª Provocação: atreva-se a escolher sem esperar nada!
Quando você espera um resultado, você depende dele. Quando depende, exige. Quando exige, tende a viver em expectativas. Quando tem expectativas, você sai do presente. Quando você sai do presente, deixa de viver o que realmente importa.
Assim, a provocação da vida é que você faça a escolha que mais lhe faz sentir que lhe está a respeitar neste momento. Se não houver respeito, vai haver sofrimento. Se não houver respeito, vai existir frustração. Se não houver respeito, vais permitir que a sua escolha seja condicionada por aquilo que os outros poderão pensar sobre a sua escolha e, consequentemente, sobre você.
Escolher sem esperar nada é estar focado apenas na escolha, na sensação de respeito e liberdade que ela lhe traz no momento em que a faz. O resto, aquilo que vier em seguida, não importa. Será, seguramente, uma consequência do respeito que você tem por si mesmo. E isso não pode lhe fazer ou trazer qualquer mal.
2ª Provocação – Atreva-se a sentir!
Não fuja daquilo que está sentindo com a provocação. Se você foge, vais arranjar desculpas. Se encontras desculpas, é porque não se acha capaz de lidar com aquilo que sente.
A verdade é que quando você foge do sentir, foge de se conhecer melhor. Aquilo que a vida mais quer é que você se conheça, porque quando você se conhece, você tem a possibilidade de ir mais longe, onde nunca esteve.
A verdade é que você tem medo de sentir, porque lhe dói. Lembre-se de que nem tudo o que vem chega a você é o que você quer, mas é sempre o que precisa para evoluir na relação que tem consigo. Por isso, aceita sentir sem temer o aperto no peito, porque aquilo que você mais precisa nesse momento é desvendar esse mesmo aperto no peito para poder decidir em conformidade com o que sente.
Lembre-se de que você é o que sente. Você é como ama!
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3ª Provocação – Atreva-se a parar de se queixar do que você permite!
Tudo tem o seu tempo. Quando você se queixa, julga parar o tempo. Na verdade, só se queixa do que permite que se mantenha parado no seu tempo.
A queixa é uma desculpa que você arranja para não mudar. O seu medo do desconhecido é gigante, o seu descrédito em si mesmo e nas suas capacidades é tão grande que a queixa o protege de avançar. Quando você coloca nos outros a razão da sua paragem, entrega-lhes também o poder sobre a sua vida. A queixa permite defender-se, mas também o destrói. Se não tem o poder de decidir sobre a sua vida, você não tem vida. Sobrevive, apenas. E quando sobrevive, depende.
A provocação da vida é precisamente fazê-lo ousar, parar de se queixar e tomar uma atitude diferente diante daquilo que o está impedindo de mudar. Se não for você a fazer as suas escolhas, será a própria vida a impor as suas. Nunca se esqueça que aquilo a que resiste, persiste, e aquilo que enfrenta, perde poder sobre você.
Pergunte-se a cada situação o que faria se não tivesse medo. A resposta que obtiver é o verdadeiro caminho a seguir.
4ª Provocação – Atreva-se a confiar em si mesmo para ser livre!
Você só é livre quando confia em si mesmo. Se não confia, não és genuíno. A genuinidade é própria daqueles que confiam em si mesmos. Se você confia, você é livre para viver a sua vida. Por isso, mesmo que venha a sofrer, confia, porque quando você confia,você vive o lado mais verdadeiro de si mesmo.
Quando não confia, precisa controlar. Quando controla, estás a perder-se. Confiar em si é saber que você tem o direito de não saber tudo sobre tudo. É saber que a verdadeira sabedoria está dentro de você, naquilo que o faz sorrir, naquilo que o liberta.
Quando você confia em si, deixa de precisar da aprovação dos outros. Quando confias em si, deixa de se comparar com os outros, porque você sabe que você é quem quer ser. Quando você confia em si mesmo, não precisa de mais nada para ser livre.
(Imagem: Anton Malanin)
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