Durou uma dança e acabou. Durou um beijo ou quinze, a verdade é que não os contei porque aproveitei o presente.
É o certo, entregar-se ao momento porque ele é único. Não se repete, nem volta e também não se apaga. Ele acontece naquele instante e fica eternizado naquele lugar passado.
A verdade é que eu gostei de conhecê-la, porque nem sempre encontramos alguém que de alguma maneira nos encante.
E talvez o medo disso virar realidade é o que trava, ou aquele vício de mostrar desinteresse – que já se tornou tão comum – ainda é mais forte do que o medo de sair da zona de conforto.
Queria tê-la chamado para ir ao cinema e descobrir qual era o seu filme favorito, ou escutado uma música com ela e ter conhecido o estilo musical que mata com prazer os seus silêncios, mas não o fiz.
É que a profundidade que queremos, não é a profundidade que procuramos. Simplesmente deixamos o tempo passar, sem insistir muito, nem demonstrando muita importância. Criou-se um protocolo em que demonstrar interesse é carência e gostar de alguém antes dela gostar de nós é vergonhoso.
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Eu fico aqui pensando quantos amores não aconteceram por esse medo ridículo de continuar um capítulo que poderia virar uma história? Quantas pessoas já perderam de encontrar-se simplesmente por serem desinteressadas entre elas?
Por não mandar uma mensagem quando a vontade pedia ou não continuar aquela conversa quando parecia não haver mais assunto naquele momento. Viramos especialistas em bloquear vínculos.
Conhecemos tantas pessoas, mas nunca as encontramos. Não vamos muito além de ser apenas conhecidos, sem saber realmente quem elas são, sem saber o quanto elas podem nos oferecer e o que elas têm a nos dizer. Parece tão mais fácil viver sendo pouco para muitos do que muito para alguém.
E eu ainda estou aqui me perguntando por que raios eu não liguei para ela no dia seguinte para dizer que foi incrível conhecê-la? Provavelmente nunca saberei qual é o seu maior medo, nem o que ela gosta de tomar no café da manhã. Não sentirei falta disso, porque não experimentei. Seguirei em frente como se nada tivesse acontecido, como se ela – que é tanto nesse mundo – fosse tão pouco para mim.
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Talvez, a esperança de ser para alguém mais do que realmente somos, me faça quebrar os muros que eu coloco ao meu redor. De repente, na próxima oportunidade que alguém apareça, eu tenha coragem para insistirr. Talvez amanhã eu abra o peito e tire a alma.
Ou quem sabe ainda dê tempo de mandar uma mensagem e dizer para ela que tudo que eu quero hoje é vê-la mais uma vez.
(Autor: Francisco Galarreta)
(Fonte: antesdasobremesa.wordpress.com)
*Texto publicado com a autorização da administração do site
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PROFETA.