Terapia

Amar um Borderline é… Se encantar por atravessar um Furacão!

A instabilidade emocional, a irritabilidade fácil, o medo da rejeição, a impulsividade e as explosões de raiva, fazem parte do dia a dia de um borderline.

Para quem convive com pessoas com esse tipo de personalidade parece ser bem complicado, pois são rotulados como pessoas instáveis, desajustadas e que provocam constantes brigas e conflitos. Entretanto, quando se ama uma pessoa, mais do que carimba-la como anormal, como uma pessoa problemática, é preciso compreendê-la. Ao compreender a dor do outro, interpretar o seu modo peculiar de ser e trata-lo como ser humano, com certeza você já estará fazendo um bem enorme.

É claro que quando você opta por namorar ou casar com alguém borderline, é necessário estar muito consciente do que você terá que enfrentar e do tanto de paciência e empatia que serão necessários. Já se você é mãe, pai ou parental bem próximo de alguém com essa personalidade, aproveite o que foi lhe colocado ao lado como aprendizado para a sua evolução.

Você pode perceber claramente os dois lados de um borderline. Dois lados? Sim, mas não são só eles que possuem um lado bom e um lado mau. Toda pessoa é assim. Mas não é tão simples pois o lado positivo, junto do lado negativo apesar de estarem presentes em todas as pessoas, no border eles são mais intensos e geralmente ele não consegue unir e conviver com esses dois lados.

O que o border precisa é aceitar cada um desses lados que coexistem nele, nos outros e canalizar as suas sombras com resignação. O erro está em confrontar, em lutar contra essa sombra. É preciso amá-la, apenas isso. Esse é um aprendizado doloroso, e você que ama uma pessoa com esses predicados pode auxiliá-la. Tolerância e paciência são as palavras chaves, lembre-se.

Para facilitar o relacionamento, o primeiro passo é encaminhar a pessoa para o tratamento adequado, tanto psiquiátrico, quanto psicológico. Você também precisará de um acompanhamento terapêutico, é essencial que busque forças para conseguir ajudar e conviver com o border. Também é preciso estudar e entender as características específicas da personalidade border para compreender como as pessoas border tendem a reagir e a se comportar diariamente.

É importante ter em mente que deverá tentar manter o ambiente dentro de casa calmo e tranquilo pois a pessoa border é prejudicada em sua capacidade de tolerar o estresse no relacionamento (ou seja: rejeição, críticas, discordâncias) e pode, portanto, se beneficiar de um ambiente calmo dentro de sua casa. A estrutura familiar harmoniosa e amável melhora o estilo de vida de qualquer pessoa.

Os borders lutam emocionalmente a cada dia, é bem difícil de explicar o que sentem, mas pode-se resumir como: afeto descontrolado, intolerância à solidão e pensamento em preto e branco (os tais dois lados).

Perceba, pessoa com personalidade borderline tem medo de solidão e de rupturas em seus relacionamentos, por causa disso, situações simples como a viagem de férias de um irmão, por exemplo, pode ser um grande problema para o border que possui medo de ser rejeitado e esquecido. Assim, a ausência do outro é vista como um abandono o que pode levar o doente à dissociação, um sentimento estranho de inquietação.

Por isso, é inteligente que você mantenha uma rotina domiciliar, sempre atentando para um contato rotineiro entre familiares e amigos próximos, isso reduz o sentimento de abandono e rejeição.

Fique atento às ameaças de suicídio e às automutilações, características do border. Nesses casos lhe dê atenção, converse e passe um bom tempo com ele, compreenda suas angústias e aflições.

Ao invés de procurar fórmulas mágicas para não sofrer ao lado de um border, que tal deixar o tempo fluir na vida como tem que ser? Nada cai do céu, muito menos a felicidade plena, seja você um border ou não. O que falta para todos é acreditarmos mais em nós, na nossa capacidade de amar. No dia em que isso acontecer, amar um border não será mais um desafio, será simplesmente amar.

*Texto escrito com exclusividade para o site Fãs da Psicanálise. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos.

Natthalia Paccola

Desde que começou os estudos em Psicanálise e Psicoterapia, a jornalista, bacharel em Direito, mestre em Ciências Naturais pela Unicamp e doutoranda em Psicologia pela UCES Natthalia Paccola levanta uma premissa sobre a sua vida profissional: nunca aceitaria rótulos ou doutrinas acadêmicas. Mas é claro que sofre influências de vários pensadores. Sua grande fonte de inspiração como autoridade em levar Luz para o Bem através de mídias sociais, no entanto,  tem sido os seus próprios seguidores, cerca de 10 milhões que passam semanalmente pela sua Fanpage, Grupos, YouTube, Site, Instragram ou Twitter.

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  • Convivi com um borderline que não aceitava terapia nem medicação psiquiátrica. Aí é difícil, porque você fica refém da instabilidade emocional da pessoa e não há amor, empatia ou compreensão que resista. Se a própria pessoa não reconhece que tem um problema e precisa de ajuda, o relacionamento é inviável...

    • Isso é verdade,estou separando da minha mulher por ela ter borderline, não aceita nada ,fica muito difícil mesmo conviver com essas pessoas

      • De fato acredito que é muito difícil conviver com alguém assim, eu imagino que meu marido tenha o mesmo transtorno, estou distante dele por este motivo, o amo muito, temos uma bebê juntos e sinto por não conseguir ajudar, pois ele não aceita ir ao médico, me dispus a ir junto para acompanhar, já que eu tenho um nível de ansiedade alta fica mais difícil conviver, acho muito triste, pois me sinto impotente

    • - com certeza,só quem convive com um sabe o que é isso,sou avó e cuido de meu neto com tanto Amós,mas tem dias que fica complicado e me sufoca.

      • Estou com uma pessoa a 2 anos, desde então comecei a ter contato com a filha dele, descobrimos q ela é boderlaine a alguns meses, ela está na adolescência ainda, é muito complicado lidar com Isso, tenho pedido muito a Deus pra nos dar sabedoria pra lidar com ela, me casei com o pai dela vai fazer 1 ano, ela mora com a mãe, mas bem pertinho da nossa casa, ela é bem grudada no pai e agora em mim também, as vezes percebo q ela não gosta de jeito nenhum de ficar só, estou aprendendo a conviver com tudo isso, mas não é fácil, o q me incomoda mais é o fato dela mentir muito, isso é normal no boderlaine?

    • Maria enfrento o mesmo problema. Tenho uma amiga há 40 anos. Toda vez que nos encontramos, é um suplício. Procuro dar amor e sempre recebo "patadas", não há o que fazer. O pior, é que sou madrinha de uma das filhas. Agora ela está com muita raiva, pq eu não posso ir morar com ela. Não pode ser contrariada, é um horror. Os filhos estão fora do Brasil. Ela não tem amizades, e os irmão tb poco falam com ela. Cada vez que ela me telefona, ou entra em contato, fico transtornada. Ainda assim gosto muito dela. Quem será que pode ajudar?

    • Nossa Maria nem fala, namorei por oito meses uma pessoa que tem características Borderline, não foi diagnosticada mas falando com várias pessoas e pesquisando sobre é nítido pelos sintomas que ele sofre desse transtorno.
      Eu disse a ele que ele precisa de ajuda terapêutica, ele se recusa já marcou psicólogo e depois desmarca. Tentei ser amiga dele ele veio atrás pedindo minha amizade, por uns dias deu certo mas hoje ele surtou de novo só porque questionei uma atitude dele e eu não tenho estabilidade emocional pra conviver com as alterações dele, por oito meses ele surtou tanto que até eu tive que ser encaminhada pra psicólogo pela minha coordenadora de trabalh porque eu tava tendo crise de choro e pânico durante o expediente a cada vez que ele se alterava comigo, é tudo muito inesperado vc sempre tem medo do que vai falar com essas pessoas porque se pode esperar todo tipo de reação

      • Verdade sou casada com um boder há 2 anos. O bom é q ele tem consciência e se trata, não c regularidade mas trata, falta mto as secções de terapia e vai ao psiquiatra só qd não tem mais medicamentos; e eu tb precisei fazer terapia e tomar medicamentos p ansiedade pq conviver c tanta instabilidade, insatisfação, acessos de raiva e vingança pelas coisas mais torpes não é fácil. Mas o amor, compaixão e aceitação do outro estão sendo minha vitória

  • É uma das experiências amorosas mais desafiantes, encantadoras ( e assustadoras) que alguém pode ter. Namorei durante mais de 5 anos e meio uma border, apesar de ainda não haver diagnóstico, pois ela só começou a se cuidar com terapia no fim do nosso relacionamento, mas tenho certeza por já ter lido bastante sobre o assunto e convivido intensamente com ela, avaliando as características as quais batem direitinho. É excitante namorar uma pessoa assim ou amam, ou odeiam 100% , seguem a lógica do tudo ou nada, pouco há no que diz respeito à ponderação. Porém, se a pessoa que conviver com alguém assim não tiver estrutura emocional e psicológica bem sólida, a casa cai, porque não é fácil em um relacionamento sério principalmente. De todo modo, namorar uma pessoa com borderline é uma experiência inesquecível e tem repercussões durante o restante de nossas vidas, além de lembranças extremamente boas e ruins. Namorar borderline é viver nas extremidades.

  • É característica do borderline mentir sobre coisas importantes para que o namorado ou namorada não o abandone?
    Sinto que namoro uma pessoa que tem uma vida dupla, pois parece esconder certos assuntos de mim. Tem um lado sombrio que, por mais que tenha me contado (e sei que foi difícil contar), parece que ainda existe mais. Acho que de algum jeito continua se relacionando com a ex-namorada, não amorosamente, mas com certa intimidade (que não se confunde com uma bonita amizade que pode surgir com o término do namoro/casamento). Parece existir uma dependência, patológica talvez. Ele prometeu que não falaria mais com ela, mas continuou... Descobri, aí diz agora que parou de vez. Mas agora continuo duvidando. Me sinto perdida, tem me feito mal. Quanto disso é borderline, ou outro problema mental ou (desculpe a palavra) canalhice?

    • Sim, existe essa relação, já que a pessoa pode se utilizar de todas as estratégias disponíveis para evitar o abandono e o sofrimento decorrente. Além disso, essa necessidade do outro leva o indivíduo com personalidade borderline a uma maior dificuldade de se desvencilhar de relacionamentos, ainda que destrutivos ou abusivos.

    • Rogério, já passei por isso. Convivi 5 anos com a pessoa e pode acreditar... quando se perde a confiança o relacionamento não da certo. Se você não confia, termine e siga a vida por mais difícil q isso seja.. Pq este perfil de pessoa ( seja canalha ou doente) quando achar q vc não se enquadra mais nos padrões de larga sem olhar para trás e vc é quem sofre mais pelo que abriu mão por está pessoa por gostar. Encerre o ciclo e siga em frente.

  • Como conversar com a parceira sobre isso? Acredito que ela tenha esse transtorno, porém não sei como dizer isso para ela... pesquisei muito sobre. Eu a amo muito, mas é muito difícil aguentar as crises repentinas.

    • O ideal é fazer com que ela conclua sozinha que precisa de tratamento, de ajuda de um especialista (psiquiatra). Essa indução não é fácil mas com ajuda de meios de comunicação como artigos online é possível ajudá-la a concluir que tem o transtorno limítrofe / borderline. Mas vc precisa de tato e paciência. Nunca confrontar. Boa sorte.

    • Eu também tentei conversar com um ex namorado que sofre dos mesmos sintomas, ele não aceita ajuda marca psicólogo e não vai, tentei ser amiga mas hoje ele deu outro piti e agora não quer mais falar comigo, que Deus tenha misericórdia

      • Meu ex tambem. Tava td lindo e maravilhoso e de uma semana e meia ele mudou o comportamento (tivemos umas brigas) e ele determinou que nao funcionamos mais juntos. Com a maior frieza do mundo. Passei o relacionamento todo me doando e ate pouco tempo ele os sentimentos dele eram de extremo amor e carencia. Com estresse no trabalho, ele foi ficando cd vez mais impaciente (td isso em menos de 2 semanas) e terminou comigo. Agindo tao frio como eu nunca tinha visto antes.

    • Então aqui eu usei uma forma mais invasiva. Mostrei um artigo sobre pra ele e falei você deve ter isso, marquei psicólogo e disse que ou ele ia ou tava tudo acabado. Funcionou, tá fazendo tudo certinho.

  • Eu sou borderline ...é muito triste....tive um relacionando que fui abandonada e no meu atual...namoro .. Eu terminei...há pouco tempo...porque ele não me larga ,mas também não casa comigo.. Tenho caráter. Sou boa. Sou vítima também desse transtorno. ...Então resolvi me tratar.. Com remédios.. E terapias... Creio que um dia serei amada como sonhei. Deus tem planos pra mim....

    • Tem planos sim querida,você vai ficar bem e Deus vai te curar,em nome de Jesus,como vai curar meu neto também,beijos.

    • Força minha amiga, o fato de você reconhecer que precisa de ajuda e ter procurado tratamento profissional já é um grande passo.
      Com certeza Deus tem planos pra você, inclusive através da sua perseverança no tratamento Jesus pode lhe dar a cura assim como me curou de uma depressão de mais de uma década

  • Acordei. Hoje c estesite Uma amiga do coração me enviou.É impressionante a veracidade do que se vive e se "experimenta" convivendo c um borderline descrito aqui
    Com certeza vou me tassídua leitora

  • Minha sogra é border e mora conosco há um ano e meio e digo que tem sido uma das piores experiências da minha vida. Faz pouco tempo que ela aceitou tratamento médico porém ainda não percebo resultados satisfatórios. Quem convive com um border tem que se cuidar muito, ter momentos de escape senão surta junto.

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