Ao longo da história, nós humanos demoramos muito para entender as epidemias. Não porque não investíamos ou não nos preocupávamos. O problema é que fazíamos o diagnóstico errado. O mesmo acontece hoje com a violência. Se não conseguimos entender suas motivações, não entenderemos suas causas.
Depois de uma década combatendo epidemias na África, percebi que os mapas de densidade populacional que ajudam a explicar a disseminação delas no continente eram muito parecidos com os mapas que mediam casos violentos em Nova York e Detroit. Notei então que a violência é uma doença contagiosa assim como a malária, a cólera e a tuberculose.
Ela se espalha por meio de brigas de rua, estupros, assassinatos e suicídios. Um tipo de violência provoca outro. É como um ciclo. Se quisermos revertê-lo, temos de atacar o germe antes que se espalhe e se torne uma infecção — e contamine outras pessoas.
Em 2000, demos início a um projeto-piloto de contenção da violência em Chicago, no distrito de West Garfield, na época um dos mais violentos dos Estados Unidos. Contratamos interruptores de violência para atuar igual a agentes de saúde diante de casos iniciais de gripe aviária. Eles faziam visitas diárias a líderes de gangues e grupos violentos, além de seus amigos e familiares, e davam conselhos úteis como orientações para empregos.
Em um ano, West Garfield viu o número anual de tiroteios cair 67%. Com a expansão da iniciativa para toda a Chicago, o número de assassinatos caiu de 628, em 2000, para 435 em 2010. O sucesso levou nosso programa a ser expandido para outras 15 cidades americanas e outros sete países, incluindo o Iraque.
Há algumas semanas, fomos procurados por representantes das prefeituras de Recife e São Paulo, interessados em colocar em prática nosso programa. Nas comunidades violentas do Brasil, os moradores moram muito próximos uns dos outros, o que ajuda a disseminar a criminalidade, mas também facilita a propagação de medidas pacificadoras.
Com uma sociedade mobilizada e formadores de opinião bem preparados, podemos curar a violência. Assim, com estratégias pautadas em métodos científicos, quem sabe possamos ser vistos como a geração que encontrou a solução para um problema crônico. Do mesmo modo que os médicos do século 19 fizeram com a cólera ao descobrir que a doença não era produto de sujeira e imoralidade, e sim da atuação de um simples bacilo.
(Fonte: revistagalileu.globo.com)
(Autor: Gary Slutkin é um epidemiologista americano. Professor da Universidade de Illinois, nos EUA, fundou a associação Cure Violence, de Chicago)
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