O mundo é injusto. Enquanto gays, blacks e outras minorias conquistam direitos, há uma completamente esquecida. São as mulheres sozinhas. Muitas são divorciadas, viúvas, outras nunca encontraram um amor. Talvez não exista grupo mais discriminado que esse, em todas as classes sociais. Basta uma mulher separada ir a um churrasco, para levar veneno. Se conversa com um homem que até pouco tempo, quando casada, era considerado um amigo da família, já desconfiam. Uma amiga da mulher do sujeito diz:
– Olha lá, a Heleninha dando em cima do seu marido.
Se tenta parecer atraente, criticam.
– Ela devia ter vergonha de se vestir assim, com as pernas totalmente de fora.
Se fica quieta, também leva ferro.
– Em vez de tentar refazer a vida, ela fica que nem uma estátua no canto. Está sozinha por culpa dela mesma!
Mulher que perde marido, ou que nunca teve mas continua no páreo, não costuma ser convidada para churrascos, festas, encontros de casais. Até as melhores amigas a tratam como se tivesse uma doença contagiosa. Calculam que a mulher disponível pode roubar o marido alheio. Pior: os homens consideram a solitária como disponível. Sentem até obrigação de dar em cima.
Se tem alguma idade e vai à festinha de aniversário do sobrinho ou a um baile funk, não importa, sempre há um machão pronto para dizer aos amigos:
– Vou sair com a coroa. É uma caridade.
Isso, mesmo que ela não esteja nem um pouco interessada.
Se é rica, ou bem de vida pelo menos, um garotão se aproximará. Mesmo que sinta uma enorme atração por ela, dificilmente assume o amor. Vai se exibir aos amigos.
– Ela me deu este relógio aqui. Disse que a gente vai para Nova York. É duro ser gostoso.
Discriminada pelas amigas, alvo constante de cantadas, a mulher descobre após pouco tempo de separação que foi exilada pela sociedade. E que não há uma entidade pronta a lutar por seus direitos. Mesmo porque, quais seriam exatamente? Ser convidada para festas? Ser desejada? Nenhuma lei pode determinar isso.
As que têm família, filhos, irmãs não ficam tão à margem da vida social. Mas os familiares também têm sua própria vida, e nem sempre disponibilidade para elas. Há a internet, onde sempre podem encontrar um antigo namorado, dos tempos de escola, e recomeçar. Ou conhecer algum sujeito também solitário, louco por um relacionamento. Algumas até se autoexportam. Há o caso de uma que, com os filhos crescidos, encontrou um novo amor em Portugal, pelo Facebook. Voou para lá e não pretende voltar.
A maioria forma grupos de amigas sem marido. Criam uma vida social à parte. Conheço um grupo de moradoras de Alphaville, bairro de classe alta de São Paulo, que vive exatamente assim. São três ou quatro amigas. Viajam para o exterior juntas todos os anos, alugam carro e atravessam países, saem juntas nos finais de semana. Ficam até nervosas se uma delas arruma namorado. O novo relacionamento ameaça causar rupturas no grupo. A amizade não exclui a competição.
Certa vez, uma amiga minha saiu com a vizinha, também divorciada. Foram a um bar, onde a primeira conheceu um militar, de alta patente. Ele começou a flertar. Ela cometeu um erro: foi ao toalete. Quando voltou, a outra já tinha trocado telefone, e-mail e marcado novo encontro. Em dois meses, estava casada. Sim, é fato: mulher, quando não aguenta mais a solidão, é rápida. Também é fato: muitas se acostumam à situação. Já ouvi muitas vezes amigas se chamarem entre si de “marida”. Não são lésbicas. Apenas têm um relacionamento tão constante, que brincam a respeito. No fundo, fora o sexo, estão mesmo casadas, pois não se largam.
Pior: a mulher tem contra ela a estatística. Segundo o IBGE, até os 79 anos, morrem mais homens que mulheres. Um levantamento recente mostrou que a população brasileira é 51,5% feminina e 48,5% masculina. Aparentemente é uma diferença pequena, embora poucos pontos percentuais definam até o resultado de eleição. Em número, é gigantesca: há 5,8 milhões de mulheres a mais que homens. Conseguir um novo marido, portanto, é pior que capturar vaga em qualquer vestibular de medicina.
Nem todas as mulheres estão à procura de um homem, muitas se satisfazem com suas carreiras. Ainda bem. Mal sei que conselho posso dar, a não ser do ponto de vista individual. Seja prática. Se tem um marido, segura!
Ou prepare-se para se transformar numa excluída.
(Autor: Walcyr Carrasco)
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Texto lamentável. Totalmente fora da realidade... Que decepção Walcyr...
Este texto é uma piada???? Não estou acreditando no que li !
nem eu. a cereja do bolo foi "...Se tem marido, segura", patético!!
Parece que esse texto foi escrito no século XIX, definitivamente, não condiz com a realidade. Texto machista, totalmente dissonante, que me deixou perplexa não só pelo conteúdo, mas também pela autoria. Fãs da psicanálise, a meu ver, entra em descrédito com essa publicação infeliz.
Que mal gosto! Reflete a pieguice das novelas da globo msm.
Qual a intenção do site em publicar esse texto? Não sendo um fórum de discussão, isso aí tá mais pra desserviço. Espero que entendam como uma crítica construtiva. Abs
Trágico e verdadeiro! Não adianta ficar fazendo discurso hipócrita, onde se afirma que a mulher tem as mesmas oportunidades e olhares. Vivemos em pleno século 21, mas com um comportamento cultural ainda do século 19. A mulher atual, solteira, viuva e divorciada é excluída SIM e o pavor delas de estar nessa situação é tão grande, que muitas se contentam com relacionamentos insatisfatórios e até abusivos. Como diz o nome de uma peça famosa: Sou infeliz, mas tenho marido!"
Infelizmente é assim mesmo! Nós mulheres sofremos desde os primórdios, e vai continuar sendo assim... Seja socialmente ou biologicamente falando... Trágica realidade!
Texto patético!
Infelizmente, é exatamente isto! Nesta semana conversei sobre este assunto com uma amiga... Uma mulher sozinha parece sempre ser uma ameaça para a que tem um marido. Depois de divorciada, ou viúva, ou sozinha por opção, os grupos onde a maior parte é casal, vão pouco a pouco excluindo essa mulher do convívio.
A partir daí,ela terá que "cavar" muito,se firmar na mulher que ela é, para pertencer a algum grupo onde a maioria é casal. É lamentável que seja assim. Mas é assim!
Pior ainda é quando conversamos com mulheres casadas ou comprometidas e automaticamente elas começam a se achar pra cima de nós por causa disso! É tipo "ahh...eu sempre tive homens atrás de mim".....? Sinceramente eu não tenho mais paciência pra isso!
Fui conversar uma vez com uma moça e ela revelou-me que era casada. Falei um pouco da minha vida pra ela...disse que a muito tempo estou solteira, etc ... Ela ficou estranha e desde então nunca mais conversamos......sabe-se lá porque...
Exatamente assim.
Walcyr entrou fundo do universo "desses excluídos".
EU discriminada por uma viuvez não desejada.
Exatamente isso. Somos tratadas desta forma mesmo!! Fica parecendo que somos uma ameaça para as mulheres. Mas podemos mostrar que não precisamos ser aceita por pessoas ou grupos. Esta foi uma escolha que poucas tiveram a coragem de fazer.
Absurdo! isso que ele escreveu foi antes da lei do divorcio...
1977, onde uma mulher ser disquitada era excluida
Agora é mais ou menos assim: Pq comprar o porco se posso ter
linguiça..rsss
Concordo contigo Tânia...Ler essa matéria, é uma decepção total...