Filtro. Esta é uma palavra e uma ação que tem sito amplamente usada no Instagram, aplicativo dedicado, principalmente, a compartilhar imagens e vídeos. Um de seus recursos são as possibilidades de aplicar efeitos sobre as imagens, tornando-as mais coloridas, vivas, envelhecidas, em uma infinidade de combinações.

Na vida também é assim. Existe a liberdade de ser criada uma realidade extraordinária, na qual predomine uma alegria formidável.

No Instagram, quando as cores, no entanto, correspondem ao que a realidade apresenta, as postagens ganham o reforço #nofilter, ou sem filtro. Ou seja, aquele registro é a percepção que se tem da imagem do que era o momento, sem alterações. E por que são registrados, gravados, eternizados cenários e momentos bonitos? Para lembrar, para tentar reviver, porque não existem mais.

Certo, os bons momentos são memórias e as fotos são para recordar. Que novidade há nisto? Nenhuma.

A novidade está em dizer que a maioria dos problemas que causam imenso sofrimento, motivados por raiva, mágoa, decepção amorosa e com a vida, está nesta mesma dinâmica: está no passado, não existe mais. Mas vai lá a memória e tira uma foto já desbotada da gaveta, daquele dia no qual a tristeza foi ao nível máximo, e chora velhas lágrimas, com o agravante de acrescentar à dor outras novas também.

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Parece absurdo, mas muitos fazem isto todos os dias. Também já fiz. Até que aprendi a estar tão consciente olhando para os barulhos que fazem meus pensamentos, que quando olho pacientemente para eles, eles se aquietam e perdem toda a força.

Carga extra treina a musculatura emocional

Você que agora mesmo sente o coração despedaçado por algum motivo, pode questionar: “para você é fácil, pois não está na minha pele”. E se você pudesse trocar o seu problema pelo de outra pessoa, sem saber qual seria? Talvez um menor, talvez, um bem maior.

Tem uma história que conta que, num certo dia, as pessoas que consideravam o peso de seus problemas muito elevado foram atendidas e colocadas numa sala. E Deus falou: “pode largar o seu problema e substituir por algum outro”. Quando foi autorizada a troca, todos correram para agarrar novamente seus próprios fardos, pois já estavam acostumados a se lamentar sobre eles, a arrastar aquele peso, e tiveram muito medo de algo diferente para lidar.

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Esta pequena simbologia apenas alerta para o quanto é nocivo o hábito de reclamar e a dificuldade que se estabelece para mudar. Lembra o quanto pode parecer impossível renunciar a um tormento.

“Quando a mochila do aborrecimento parecer pesada demais, alguns olham para o lado, para aquela pessoa saltitante e feliz, e avaliam: “aposto que a mochila dele está leve”. Talvez, simplesmente, a pessoa tenha deixado sua carga no caminho, ou tenha desenvolvido uma musculatura emocional tão forte, que aquele peso não afeta mais sua percepção. A adversidade é uma oportunidade de crescimento, de criar iluminadas realidades a partir do que parece fosco.

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E aqui volta o uso do filtro – o que altera a situação é a maneira que você escolhe para percebê-la. Não se trata de negar a existência de um problema, mas de aceitá-lo como se apresenta, e examinar as infinitas probabilidades disponíveis de outros caminhos.

“Infortúnios podem servir de chaves para outras dimensões de alegrias, desde que se observe suas promessas de cores, quando ainda são uma mistura cinzenta. Essa transformação requer, todavia, a delicadeza das lentes certas de percepção. Não são as lentes do ego, mas as da consciência.”

Use as lentes da consciência e da positividade

Que tal parar de se agarrar na sua boia de tristeza? Você já deve ter lido muitas vezes que para serem obtidos resultados diferentes é preciso agir diferente. Se os resultados continuam iguais, que tal prestar atenção no que você diz, e pensa, que define como você age. O transtorno, a pedra no caminho, perdas, conflitos, podem acontecer. A grande mudança é o filtro amoroso de percepção de uma nova realidade que pode ser posicionado na cena.

Com o filtro da consciência e positividade a tudo que se apresenta, o olhar se volta para: o que devo aprender com isto? O que estou precisando perdoar? Como posso ajudar esta pessoa, ou a mim mesmo? Onde está a porta misteriosa desta parede que irei superar?

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Observe a situação como um mistério, a partir da certeza de que há várias saídas. Em quantas situações você estava procurando algo, até mesmo dentro de casa, ou do armário, e teve de vir outra pessoa para dizer: “está aqui ó”? Tão simples. E o outro achou mais fácil porque se entregou a encontrar.

É tão simples soltar a conhecida boia de angústia, para nadar num mar de possibilidades que até parece absurdo. Mas quais possibilidades? Todas as que estão por vir. Um novo emprego, uma nova cidade, novos amigos, um novo relacionamento ou a melhoria do mesmo, a renovação das suas ideias.

No solo fértil de uma vida gloriosa o sofrimento fica desautorizado a germinar

Se sobre o ontem nenhuma interferência pode ser imposta, por que se apegar ou querer mudar o ontem? Talvez pela dificuldade que temos de admitir que há coisas que não podemos controlar. Aqui surge um ponto interessante.

Pedimos, rezamos, oramos ou fazemos algum tipo de prece pedindo ajuda do céu, orientação, para sermos finalmente mais felizes, termos paz e uma vida espetacular. Então, quando o destino gira e toma rumos diferentes do que estava planejado milímetro a milímetro, caímos em desespero.

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Nas situações classificadas como fundo do poço, fim de linha, beco sem saída brota a oportunidade de dizer: isto tudo está me fortalecendo. Assim, no exercício de não afundar, nas próximas ondas o nado será de braçada, livre.

Então, não posso reclamar? Pode, sempre que quiser, mas sinto dizer (enquanto eu mesma estou ouvindo tudo isto), que, absolutamente, não vai resolver nada. Porque a lamentação só reforça o ponto que você quer esquecer. Melhor se aquietar, observar e tomar a ação. De novo, usar a percepção certa. Remover os filtros de medo, do agigantamento do muro que, você pode escalar, contornar, fazer um buraco para atravessar ou cavar um túnel. Ou, quem sabe, ainda, flutuar por cima?

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A felicidade é o fluxo natural da vida. Doeu, incomodou, estagnou? Grande chance de olhar para a situação nas primeiras fisgadas. Sem nutrientes, aquele sofrimento que viraria uma árvore frondosa, vai ficar do tamanho de uma gramínea, e logo será envolvido pelas flores da alegria.

Que jardim estranho é este? É a sua vida, ÚNICA, bela, importante.

Retire das dores, culpas, mágoas a força, a cura, o perdão. Você tem este poder de escolher, peneirar tudo à luz da consciência, e manter apenas o que é tão puro quanto a sua essência original de amor e paz.

(Autora: Elair Floriano)
(Fonte: felizvidalivre.com)

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A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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