Não é necessariamente sobre troca, sobre reciprocidade. Isso já são comportamentos que, se não estão dentro da pessoa, nem vale a pena começar alguma coisa.

O ofertar sobre o qual estou descrevendo é mais em relação à intimidade e à sensibilidade que merecemos reconhecer em todos os relacionamentos que estamos entregues.

Se não tem nada disso, se ficamos constantemente preocupados com o que pode ser dito ou feito, se outro vai entender, vai participar, vai apoiar, por que continuamos?

Não consigo acreditar que seja por um senso de “trouxice”. Eu realmente não compro uma ideia assim. Também custo a engolir que aceitamos algo parecido porque gostamos de sofrer, de rastejar pelo outro.

Ninguém é tão dramático para enxergar romantismo numa prisão emocional assim. Pelo menos não deveria.
Se você me perguntar, vou lhe responder que vejo e faço mais linha do “você precisa conhecer quem você é, antes de tudo”. Antes de querer ser amigo(a), namorado(a), pacote completo.

Não dá, e inclusive é completamente injusto, a gente manter uma expectativa sobre alguém de uma liberdade de sentimentos e atitudes que sequer aprendemos a formar e amadurecer em nós. Então, se for para insistir, insista em você.

Depois você pensa, coloca na balança e decide se vale ou não o seu tempo e coração insistir em quem lhe oferece tão pouco.

(Imagem: Bruce Mars)

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Cidadão do mundo com raízes no Rio de Janeiro. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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