Na segunda-feira (27/05), após um acidente de avião que levou a vida de dois pilotos e do cantor Gabriel Diniz nos levou a refletir sobre um assunto muito importante: Será que estamos mesmo aproveitando a vida como deveríamos?
Esse incrível texto do Marcos Piangers nos faz pensar na frágil particularidade que é viver e sobre até quando vamos deixar aquilo que nos faz feliz pra depois.
Confira o texto:
Não é uma tragédia
Essas coisas acontecem. Um jovem adoece no verão. Um senhor é atropelado por um taxi. A biópsia aponta que o tumor é maligno. Essas coisas acontecem todo dia. E todos os dias saímos de casa achando que jamais acontecerá conosco. Uma doença leva embora um pai. O médico comunica um exame preocupante. Uma moto atravessa um sinal fechado. Todos os dias isso acontece. E todos os dias nossos planos são os mesmos. Trabalho, almoço, trabalho, jantar.
Não acho que seja uma tragédia quando essas coisas acontecem com a gente. Dizemos: “Que tragédia! Morreu tão cedo!”. Não acho que seja uma tragédia. Acho que a vida é um amontoado de caos e coincidência. Acho que hoje estamos aqui e amanhã não estamos mais. Uma tragédia é não agradecer por esse tempinho que estamos aqui. Uma tragédia é não valorizar a vida em família. Uma tragédia é trocar o sorriso do nosso filho pelo celular. Um passeio em família pelas preocupações do trabalho.
Uma tragédia é não abraçar as pessoas hoje. Uma tragédia é passar a vida em branco. Uma tragédia é achar que um dia vamos ser felizes, não hoje. Uma tragédia é achar que não vai acontecer com a gente. E a vida vai ficando pra depois. Um dia eu mudo de emprego. Um dia eu digo que gosto dela. Um dia eu faço uma viagem. Um dia eu vou ser voluntário nesse projeto.
Não acho que seja uma tragédia uma jovem cheia de planos descobrir uma doença grave. Acho uma tragédia quando aprendemos a valorizar o que temos só depois de perder. Acho uma tragédia não termos ido ainda para aquela viagem dos nossos sonhos. Acho uma tragédia viver de aparências. Acho uma tragédia ter comprado coisas achando que isso seria felicidade. Acho uma tragédia trabalhar em algo que você odeia. Acho uma tragédia você passar a vida brigado com alguém.
A morte não é uma tragédia. Tragédia é quando a gente não viveu.
Fonte: revistacarpediem.com
Imagem: Carol Oliver
Se existe uma coisa positiva na maturidade é que passamos a observar o passar do tempo com olhos mais atentos. Anos, bastantes anos atrás, quando minha filha nasceu, percebi uma brincadeira da estat[istica naquele momento, ou seja, enquanto não nascia, havia uma possibilidade igual a 50% de nascer ou não, entretanto, após o nascimento, no meio de tanta euforia e alegria a estatística me avisou, agora a probabilidade de morte é de 100%! Nossa vida moderna, escrava das modernidades,das tecnologias, dos avanços das ciências, cheia de distrações, exigências, cobranças, etc., faz com que nos afastemos e não percebamos as coisas simples e naturais que são perdidas. Nem mesmo as religiões ficaram incólumes e, na maioria, não conseguem mais transmitir uma visão mais elevada do que deve ser valorizado. O texto nos dá exatamente esse dimensão. Carpe Diem