Eu banco os meus pedaços, sabe? Eu não tenho o menor problema em juntar os meus cacos, em olhar bem de perto as minhas cicatrizes e em fazer o que estiver ao meu alcance para ficar de pé novamente, para me reconstruir.

A vida não dá moleza pra quem tem o mínimo de sentimento por dentro. Pra quem bota o coração na roda e demonstra amor, entrega o acolhimento.

Às vezes a vida vai bater tanto nas suas emoções que você vai pensar que não vale a pena, que o mais seguro é se privar o quanto der de qualquer forma mais intensa de relacionamento. Eu já tentei fazer isso. Deu certo durante um tempo. Consegui mais decepções e cortes profundos nos meus sentimentos do que algum tipo de paz emocional.

Eu prefiro me jogar mesmo. Não estou falando de desespero e de zero valorização da minha pessoa, mas de honestidade e respeito pela minha trajetória, pela minha existência e capacidade de comunicação com os meus próprios sentimentos. Preciso ser justo com eles. Não é mais uma opção ignorar o que sinto por medo do que a outra pessoa pode pensar.

O meu amor hoje em dia só é possível para quem vive por inteiro. Me perder por causa de alguém é um desfecho que não posso antecipar, mas tudo bem. Eu confio nas gentilezas que correm nas minhas veias. Reencontrar o meu eixo ainda é o caminho que tenho mais fôlego para praticar.

A vida pode tentar me quebrar e desamores podem tentar me sabotar. Mas eu não tenho planos para uma autossabotagem. Eu prefiro me reconstruir e lutar. O meu amor é forte.

(Imagem: Armando Ascorve Morales)

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Cidadão do mundo com raízes no Rio de Janeiro. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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