Você já parou para pensar que mãe também é gente? Como você sabe, sou coach. Por trás de donos de empresa, diretores, gerentes e colaboradores, nas suas diversas funções, existe um ser humano, um indivíduo.
E por que seria diferente com as mães?
Tanto nos meus atendimentos empresariais quanto nos individuais, vejo recorrentemente a questão “eu não consigo dar conta de tudo o que preciso fazer”. Como podemos ver, você não está só.
Especialmente mulheres ativas profissionalmente, com as quais tenho contato diário, carregam consigo a culpa por estarem na maior parte do tempo ausentes do convívio e acompanhamento dos seus filhos.
O desafio é grande. Eu o vivo, tendo que administrar os meus medos e culpas como mãe de um menino de 17 e uma menina prestes a fazer 13. E quem conhece a minha rotina sabe que acabo estando a maior parte do meu tempo em função do meu trabalho. E como lido com isso? Respeitando a minha individualidade, buscando estar bem primeiramente comigo mesma, porque só assim conseguirei dar o melhor de mim para os meus filhos e o meu marido, sabendo que essa doação será muito mais qualitativa do que quantitativa.
Aceitar a individualidade é o primeiro passo.
Conheço muitas pessoas individualmente falidas porque esqueceram de si, porque vestiram o papel de mãe como se fosse a única roupa que lhes cabe a partir do nascimento de seus preciosos filhos. Realmente eles são tesouros de Deus na terra, como ensina a sabedoria milenar da bíblia.
Qual é o risco de falir individualmente? É o de negligenciar a nossa atuação nas demais áreas da vida, em especial a familiar, como mãe e esposa.
Costumo perguntar às minhas clientes: por acaso você virou para o seu marido a mãe do filho dele? Você está consciente de que precisa ser a mulher dele? Tem preparado momentos para ser a mulher sexy, que vai vestir a camisola nova e seduzi-lo? Você está ciente de que se você não fizer, alguém o fará? Faço perguntas tão cabeludas em relação ao profissional. É preciso respondê-las e criar soluções para elas.
“Ah, Vanessa, mas os meus filhos precisam de mim!”, evidentemente! Só deixa eu contar uma coisa para você: eles terão que sobreviver sem você na escola, na faculdade, quando forem morar sozinhos, quando fizerem experiências no exterior, quando arrumarem um emprego, quando casarem e durante toda a vida deles. Portanto crie filhos para o mundo, não para você!
Filhos dependentes e superprotegidos são adultos que não sabem tomar decisões, que não suportam pressões, que são excessivamente medrosos e, consequentemente, infelizes e malsucedidos.
Seja o exemplo que quer para os seus filhos. Desenvolva em você a autonomia necessária para gerenciar as áreas da sua vida, dedicando tempo de qualidade, não em quantidade para todas as áreas. Reserve tempo para você: arrume-se! Cuide-se! Goste-se! Isso não é egoísmo, é amor-próprio. E, convenhamos, ninguém ama ou tem vontade de cuidar de quem não ama e cuida de si mesma.
Uma excelente forma de estabelecer laços de confiança com as pessoas ao seu redor é mostrar que você se dá valor. E os seus filhos agradecerão por tê-los ensinado na prática, pelo exemplo.
Ame a Deus e ame o seu próximo como a ti mesmo, essa é a grande missão! E os frutos serão de acordo com a árvore. Essa árvore é você! Antes da mãe, existe a mulher. Cuida bem dela, afinal, ela é a matriz para frutos de qualidade.
Reflita, livre-se da culpa e do medo. Aceite a sua imperfeição e a limitação de tempo para exercer tantas atividades. Aceite o fato do seu filho estar sendo preparado para a vida e seja a treinadora dele. Um treino baseado em amor, exemplos, muita conversa e compreensão de que o seu filho não tem que ser como você nem tem que corresponder às suas expectativas. Ele é único, incomparável e precisa ser preparado para encontrar a sua essência e definir o seu próprio padrão de sucesso.