Já aconteceu com todo mundo. Diante de algo muito importante ou difícil de ser realizado, o corpo e a mente reagem como se estivessem diante de um perigo: eis a ansiedade.
Essa sensação ocorre como resposta do Sistema Nervoso Central e chega cheia de sintomas físicos e psíquicos. Alguns sentem mais, outros menos, mas acontece nas melhores famílias.
No entanto, há algo novo sobre o tema: pesquisadores da Harvard Business School, nos Estados Unidos, publicaram recentemente um artigo na revista online Harvard Business Review relatando que existe uma forma de diminuir a ansiedade frente às situações estressantes, difíceis ou importantes como, falar em público, realizar uma prova, bater um pênalti.
Por meio de uma série de experimentos, eles chegaram à conclusão de que fazer um ritual antes de realizar uma tarefa difícil, ajuda muito a controlar a ansiedade, e isso é importante para a realização da própria tarefa, para que se obtenha dela um bom resultado.
Rituais, superstições, rezas, frescuras…
O artigo mencionado dá o exemplo de David “Big Papi” Ortiz, um famoso jogador de beisebol do time Boston Red Sox que, antes de dar uma tacada de sucesso, ao se aproximar da caixa do batedor, fazia um ritual de sorte que consistia em cuspir na mão direita e bater palma.
Muitos artistas, empresários, esportistas, realizam um ritual antes de enfrentar a situação que lhes causa ansiedade: subir no palco, fazer um discurso, realizar um salto. Mas o que o pessoal da Harvard quis saber foi: seriam tais rituais apenas superstições, rezas, frescuras inúteis?
O Estudo
Para concluir que rituais são ações realmente importantes e eficazes para redução do estresse, da ansiedade na hora de enfrentar o goleiro e marcar o gol, ou seja, diante de situações que requerem calma e lucidez para se obter sucesso, os pesquisadores realizaram uma série de experimentos.
Por exemplo, antes dos participantes subirem no palco para cantar em público, foi pedido para que eles realizassem um ritual bobo como desenhar em uma folha de papel como se sentiam, jogar sal sobre o desenho, contar até 5, amassar o papel e jogá-lo no lixo.
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O que se concluiu foi que fazer um ritual, antes da atividade geradora da ansiedade, pode ser bastante útil. Essa ação pode ajudar a amenizar a ansiedade por um motivo muito simples: ela ajuda o cérebro a ter uma sensação de controle sobre a situação, o que é essencial para o Sistema Nervoso Central, que precisa de segurança e conforto para realizar bem uma tarefa complicada.
Além disso, os pesquisadores também concluíram através dos experimentos que, nomear a palavra “ritual” foi mais eficiente do que nomear tais ações pré situação importante de “uma série de comportamentos aleatórios”.
Portanto chame como quiser, inclusive de ritual, o que pessoal da Harvard diz é que:
“Nossos resultados sugerem que realizar um ritual antes de entrar em uma situação estressante pode reduzir os sentimentos de ansiedade e melhorar o desempenho. Incentivamos os leitores a adotar rituais pré-desempenho durante situações estressantes em suas próprias vidas, talvez antes de fazer uma apresentação no trabalho, antes de um exame, ou de ter uma conversa difícil. Recomendamos que os indivíduos preparem um ritual pequeno, mas significativo, algo deliberado e curto que possa ser concluído facilmente antes de entrar na situação estressante.”
Ritual é diferente de hábito
Dito tudo isso, vale lembrar, no entanto, que ritual é diferente de hábito. Enquanto o hábito é algo introduzido na rotina, algo que se faz por querer, o ritual é uma série de atividades feitas com um propósito, e, geralmente, a pessoa que o adota não consegue fazer determinada ação sem recorrer a ele.
Apesar de normal, a ansiedade, quando exacerbada, pode ser patológica e gerar transtornos. O excesso de rituais também pode configurar problemas psíquicos, como o Transtorno Obsessivo Compulsivo. Ambos devem ser tratados por especialistas.
Exageros à parte, um ritual de sorte, um ritual calmante ou um ritual encorajador pode ser o segredo apara conter a ansiedade e ter sucesso na realização de atividades difíceis e importantes.
(Autora: Cíntia Ferreira)
(Fonte: greenme)