Sabe quando tudo parece não fazer sentido e você se pergunta “porque sou assim?” Quando a gente olha para trás e vê que todo o nosso passado convergiu e deu um nó? O presente é o nó.
Li um belo texto que explanava situações em que os pais, sem perceber, acabavam reprimindo a criança e a lição do texto é no sentido de que a criança quer ser ouvida, vista, consolada e protegida, principalmente quando sente dor. Vamos exemplificar. Você se lembra de que quando você caia e se machucava sua mãe falava:
– “Não foi nada, pare de chorar, porque não foi nada”, engula o choro!”
“Se você me vir na rua, sou uma pessoa bem vestida, com um tom grave de voz e postura confiante, você pode me ver e nem notar, mas eu tenho depressão e transtornos ligados ao humor. No meu passado como criança, a busca de dinheiro pelos pais me fez ser um homem que pula de um relacionamento para outro, porque fui uma criança “abandonada”.
Tornei-me um homem com pavor de falar em público e que não consegue interagir com um grupo médio de pessoas, pois quando eu era criança e queria me manifestar, meus pais pediam para eu fazer silêncio, fui podado. Mas as poucas pessoas que não se afugentaram do meu jeito e conseguiram me ver além da superfície tornam-se grandes amigos meus, mas ninguém está disposto a fazer este esforço para nos conhecer.
Dias atrás, mandaram-me um vídeo de um padre famoso que falou sobre um assunto. Minha psicóloga me enviou um texto com o mesmo tema. Até ouvindo uma música internacionalmente famosa foi suscitado o mesmo assunto. Minha psicóloga também falou sobre “isso” na mesma semana e por fim, ao assistir Fight Club (Clube da luta), pela quinta vez, eu finalmente entendi a mensagem do filme por causa desta coisa.
De que diabos eu estou falando? De se despir dessa fantasia que criamos de nós mesmos, de parar de evitar a dor, e passar a sentir a dor em todos os aspectos.
E daí se eu errar em público? E daí se eu me sentir triste e quiser chorar? Chego à conclusão de que eu devera ter sido eu mesmo o tempo todo, não ter me preocupado com a opinião alheia e ter me sentido confortável sendo como sou, falho, imperfeito, igual a todo mundo.