Não bastam apenas os anos de extrema dedicação e privação para que um atleta alcance o máximo desempenho em sua modalidade. Existe um outro fator, para além do talento e das exaustivas horas de treinamento, igualmente fundamental na hora de diferenciar um bom atleta de um esportista verdadeiramente excepcional: a sua mente.

Pouco importa se você é um atleta amador ou um profissional de alta performance. Diversos estudos já compravam que o preparo mental pode ser inclusive até mais importante que o preparo físico, sendo muitas vezes o fator-chave numa conquista… ou numa derrota.

Tal fato esclarece a importância do autoconhecimento como ferramenta para se destacar num meio esportivo tão competitivo. Somente o autoconhecimento é capaz de nos proporcionar uma busca interior das condições favoráveis à nossa performance, o que acaba por promover um elevado nível de automotivação, influenciando de forma positiva tanto o lado profissional quanto o pessoal.

O autoconhecimento também exerce outro papel fundamental no campo esportivo, pois quando conhecemos a nós mesmos estamos dando o primeiro passo para compreender o comportamento de nosso oponente. Em A Arte da Guerra, o general chinês Sun Tzu diz: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem seu inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”

fasdapsicanalise.com.br - O autoconhecimento como ferramenta nos esportes

Analisando, por exemplo, o mais recente e marcante desastre do esporte nacional, a acachapante derrota de 7 a 1 contra a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, conseguimos entender melhor o papel crucial do autoconhecimento e consequente controle emocional no mundo das competições. Sem querer desmerecer a superioridade técnica e coletiva da seleção alemã naquele momento, mas apenas uma completa desestruturação mental pode explicar a vexaminosa atuação da equipe brasileira.

Isso explica porque os clubes, federações e atletas de alto rendimento vêm investindo cada vez mais em estruturas multidisciplinares, destacando-se aí o papel da psicologia esportiva. O equilíbrio psicológico permite que o atleta consiga manter um excelente estado de atenção e presença, alem de dominar os pensamentos e as emoções negativas. E o melhor: esta não é uma habilidade inata e pode ser desenvolvida através de trabalhos específicos.

O mesmo se aplica a um atleta de nível amador. Apesar de seu objetivo ser bem diferente do esportista de alto rendimento, o amador também precisa cuidar da mente para cumprir suas metas, mesmo que bem modestas. O mais importante aqui é entender o que uma pessoa busca ao iniciar uma determinada prática esportiva. Com isso em mente, basta desenvolver um plano que atenda as suas motivações e partir com foco total para a execução.

O autoconhecimento pode ser ainda mais importante em modalidades que não exigem o esforço físico, como é o caso dos esportes mentais. O poker, por exemplo, é uma modalidade que exige um nível de controle pessoal elevado. Saber identificar seus erros, persistir em suas qualidades e ter uma boa leitura do adversário evitam que o atleta entre em conflito mental nos momentos de grande tensão. Outros esportes mentais, como já falamos aqui, também ajudam a deixar o cérebro mais afiado e longevo.

Por fim, precisamos entender que a mente não está separada do corpo e que ambos são diferentes expressões de uma mesma coisa: a vida. Ou seja: o que se passa com a mente tende a afetar o corpo e vice-versa. E é por isso que o esporte se destaca como uma das melhores (além de uma das mais prazerosas) maneira de trabalharmos o nosso autoconhecimento.

 

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