Uma das novidades da Grande Rede foi alterar o modo como os humanos acabam seus relacionamentos amorosos. Há quem diga que, antes dela, havia a carta — também um jeito indireto de botar fim numa relação. Entretanto, o e-mail ou a mensagem direta, é um outro tipo de canal de comunicação. Veja como alguns usuários estão usando os recursos digitais para finalizar seus compromissos. E ache o seu caminho de dizer adeus.

E-mail
“Eu sei que a gente combinou de dar um tempo. Que não enviássemos mensagens por uns dias, mas eu só queria dizer que você estava bem bonita andando na Paulista ontem. É, parei naquele café na esquina com a Consolação e vi quando você atravessou a rua. Espero que esteja tudo bem. Sei que foi uma combinação nossa e não devia dizer isto: mas senti sua falta. A gente tinha uma boa química, sabe? Desde que fomos ao Starbucks pela primeira vez e você falou que tinha lido Anna Kariênina em 48 horas. (lembra que você disse que o livro era do Dostoiévski e não do Tolstói?). Ah, foram tantas coisas em comum, em uma semana, que nem daria pra listar aqui no e-mail… Mas, desculpa, tá? Como eu tinha dito uma vez, sou uma pessoa gregária. O problema do gregário é não saber viver só. Então… durante a nossa pausa acabei ficando com a sua prima Natasha. Nada importante, só estamos maratonando umas séries e buscando encontrar coisas em comum. Vou continuar sentindo sua falta, é lógico, mas agora acompanhado. Gratidão.”

Whatsapp
“Opa (smile), blz, man? Sabe u Miro? O teu parça de TCC? Akele bunitinhu? No karaokê da Karla — papo vai, papo vem — ele falô q queria me conhecer +. Rolou uma kuriosidade (olhos esbugalhados). Ah, meu, fikamos. Pronto, falei. Sorry, gato. (gatinho sorrindo). Vc é D+. No blokinho de Carnaval, a gente ainda vai se trombá. Bjus.(coraçõezinhos rosinhas).”

Mensagem no Facebook
“Fala, Juca. Firmeza? Você sumiu e eu fui morar com a Tamires. Não esquece de dar as bolinhas de ração pro peixe.”

Comentário em post
“Honorato, desculpa te marcar nos comentários deste post da Ana Sílvia. Mas é que aconteceu comigo uma coisa super parecida com o que ela conta aqui. A Aninha estava casada com um cara há 12 anos e se encantou pelo moço da Net. No meu caso foi um pouquinho diferente, mas tem a ver: a gente é casado há dez anos e eu estou saindo com aquele rapaz que veio instalar os armários no nosso closet. Quando você chegar em casa não estarei mais, fui morar com o Geraldo e ajudar no caixa da carpintaria. Se cuida, Rô. Tem rosbife e salada na geladeira.”

Mensagem via Instagram
“Roseli, este cara beijando o outro cara na foto sou eu. Amanhã te explico tudo. Mas já adianto que estou indo pra Floripa com ele. Fica bem. Gratidão.”

Dm no Twitter
“Fui!!!! Kkkkkkkkkkkkk.”

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Carlos Castelo é psicanalisado, escritor, letrista e um dos criadores do grupo de humor musical Língua de Trapo. É colaborador do Estadão e das revistas Bravo, Ponto (Sesi-SP) e Bula. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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