Sai da frente! Deixe-me ser feliz. Não estou disposto a passar pela vida sendo apenas mais um. Quero deixar minha marca, ser quem eu sou sem moderação. Quero andar no meu ritmo, não preciso dessa pressa. Pra que a pressa, se a vida é tão curta?
Sai da frente! Deixe-me ser feliz. Não estou desesperado para ganhar duas letras antes do meu nome. Estou com fome de mundo, de vida, de arte. Quero poder andar descalço, olhar o céu e ver o mar. Descobri a duras penas que não posso resolver tudo, então, não me cobrem como se eu pudesse resolver as incógnitas da vida.
Sai da frente! Deixe-me ser feliz. Quero pintar os quadros de acordo com as cores que a vida me oferece. Quero me melar um pouquinho também, pois sem se sujar ninguém faz nada direito. Quero o direito de gargalhar até dar dor na barriga. Não aceito uma vida de mediocridade e aparências.
Sai da frente! Deixe-me ser feliz. Não estou preocupado em parecer ridículo. Eu quero ser ridículo, risível, engraçado. Pra que tantas calculadoras e tantas equações se as melhores coisas da vida não podem ser colocadas no plano cartesiano? Não me preocupo com a métrica da poesia, quero apenas sentir a sua emoção. Então, meu camarada deixa um pouquinho de lado o Excel e aprenda umas duas piadas. Vai te fazer melhor.
Sai da frente! Deixe-me ser feliz. O problema de descobrir a verdade é que se torna difícil acostumar-se com as mentiras. Eu descobri a verdade e, assim, não suporto a mecanização da vida. Quero dar um tom lúdico a minha existência, afinal, pra que ser tão sério se às vezes a única saída é o riso?
Sai da frente! Deixe-me ser feliz. Estou deixando de lado tudo que me faz mal, inclusive, os cogumelos que se acham humanos. Não quero chegar em primeiro na corrida da vida. Não quero vencer sempre, até mesmo porque não há distribuição de medalhas por isso. Para que chegar em primeiro lugar? Para isso terei que andar muito depressa e com isso deixarei de enxergar as belezas que me cercam.
Sai da frente! Deixe-me ser feliz. A minha espontaneidade não está à venda. Não sigo as normas? Quem disse que quero ser normal? Ah! Cansei de ficar me explicando. Aliás, não é uma explicação. É um comunicado. Comunico ao mundo a minha felicidade, que não foi comprada nessas filas que vocês veem por aí. Sabe como é, vocês só sabem fazer contas e eu… Eu sou só um palhaço que canta loucamente a fim de que vocês entendam que quero apenas ser feliz.