Não sei o que é pior, mulher mal amada ou homem sem atitude, mas vou lhe dizer uma coisa. Eles andam juntos. Uma leitora levantou esse assunto. Ela namora um desses caras bonitões que fazem sucesso nas redes sociais e tem muitas “amiguinhas”.

Ela é mais velha que ele e não é capa de revista, ou pelo menos não a consideram, porque na minha humilde opinião tem muita beleza ali sim.

Enfim, o caso é que essas amiguinhas vivem menosprezando sua companheira, a mulher que ele escolheu como noiva. Judiam de todas as formas, seja debochando, fazendo montagens cruéis, ou apenas rindo dela, alegando que ele é muito bonito para ficar com uma mulher “dessas”. Isso me faz pensar, o que seria uma mulher dessas?

Vivida, mãe, bonita, gostosa, batalhadora, totalmente bem sucedida em sua profissão, amorosa, alegre e especial? Posso perceber que ele é um cara de sorte, sinceramente não consigo entender. As outras são mais bonitas? Mais gostosas? Mais interessantes? Só se for na opinião delas.

E o que importa mesmo? Caráter. Óbvio que essas outras não sabem o que essa palavra significa. Embora beleza seja relativa, cada um enxerga a seu modo o que é belo para si. Fico pensando em como seriam essas mulheres que se dão o trabalho de atrapalhar o relacionamento de alguém.

Elas têm peito em pé, bunda grande e sem celulite? E quantas não o tem? Talvez o diferencial delas seja a língua afiada. Perigoso isso, podem morrer com seu próprio veneno. Quem vai se arriscar com uma mulher assim? E chegamos a outro ponto, por que elas fazem isso? Inveja? Falta de amor? Falta de caráter? Falta do que fazer? Falta de surra na infância? Ou porque foram trocadas por algum bofe?

Parece-me mais ego ferido e dor de corno. Aliás, qualquer motivo citado anteriormente seria bem colocado. Não adianta ter corpão e não ter dignidade. Não adianta ter nada ou ter tudo se a outra pessoa não se interessa pelo que você tem.

Paixão é isso, é carne, é fogo, é admiração, é orgulho, é vontade. E a vontade só aparece se a mágica acontece, seja a pessoa, preta, branca, feia, bonita, magra, gorda, burra, inteligente. É a química, a mágica. E a mágica aconteceu entre esse casal, isso é fato.

Entramos agora em outra questão. Por que o cara deixa isso acontecer?
Conheço bem esse tipinho de homem. Ele é o famoso bunda mole, sem atitude, adora se mostrar, mas agir como homem é bem difícil. Ele é famosinho, tem o orgulho lá em cima e precisa manter-se assim. Esse tipo de cara precisa ser lambido todos os dias, precisa manter amiguinhas inflando seu ego e exaltando sua beleza, que cá entre nós, não é lá essas coisas. Esse é o pior tipo de homem que existe, o homem que não defende sua mulher, que não toma as dores de quem ama, e pior, que deixa outra pessoa causar essa dor livremente.

Prefere perder seu amor a fazer o que é certo, porque isso pode colocar em risco sua reputação. Esse é um homem totalmente imaturo, que se mantém corrompido por valores fúteis. E que ainda precisa quebrar a cara muitas vezes para reconhecer o que realmente importa nessa vida.

Homem assim é digno de pena. É digno de rezas aos domingos. Eu já tive um desses, os amigos dele viviam me cantando, enquanto ele fingia que nada acontecia. As amigas falavam de mim e ele ria. Hoje ele não ri mais. Ele me perdeu. Hoje ele descobriu o que importa, mas eu não me importo mais. Não nasci para salvar alma de ninguém, muito menos servir de cobaia para aprendizados.

E é aqui que entra a maior questão de todas. Por que essa mulher ainda está com ele? É um caso perdido. Viver aceitando esse tipo de coisa é o mesmo que não viver. Se um relacionamento provoca mais lágrimas do que risos, é sinal de que há algo muito errado. Nenhuma mulher deveria se submeter a isso. Se o cara não tem atitude então tenha você. Você deve deixá-lo. É difícil? Você o ama? Não importa.

O seu amor próprio deve vir em primeiro lugar. E sinceramente não acredito que ele a ame, ou talvez ame pouco e amor fraco amiga, é pior do que amor nenhum. Livre-se desse karma, não há felicidade que cresça em uma relação assim. Melhor ser feliz sozinha do que infeliz acompanhada.

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Publicitária por formação, aeromoça por opção e escritora por paixão. Virginiana, perfeccionista, mãe do Henri. Entre fraldas e mamadeiras, entre pousos e decolagens, entre artes e artimanhas, ela escreve. Escreve porque para ela, escrever é como respirar: indispensável à vida! É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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