Bolsa Louis Vuiton. Terno Giorgio Armani. Macacão Valentino. Vestido isso. Maquiagem aquilo. Sapatos exclusivos. Tantas marcas… Tanto dinheiro… E tanta superficialidade para jogar fora. Quem não gosta de marca, dinheiro e influência? Talvez uma minoria ou não.

O mundo tem andado distraído demais e perdido tempo com os supérfluos e os vazios. Às vezes bate aquela preguiça de conversar com alguém, porque tem muita conversa sem contexto e para jogar fora mesmo. Raramente encontramos com alguém que o papo flui e podemos falar de livros, música e cultura.

Cada um compra o que quer e o que pode. Ninguém precisa ser interessante e andar com roupa da promoção. Ninguém precisa comprar tudo para impressionar. Ninguém precisa fazer voto de pobreza, muito menos se vestir simples para transparecer bondade. Não é nada disso. O detalhe é que apenas a aparência cansa a gente.

Tem gente que anda de salto para lá e para cá, não desce nunca dele, e em compensação é apenas isso e nada mais. Como é desagradável quando algumas pessoas colocam seus óculos escuros e nivela o mundo, não dão importância para quem está a sua volta. Não tem Coco Chanel que pague um pouco de essência. Não é chique ser aparência demais ou marcas em excesso, é preciso simplicidade e se essência. Uma pessoa leve é mais encantadora, acredite.

Estou com sede de gente com alma bonita, com cheiro de simplicidade e com olhar amoroso. Estamos com o desejo de alguém que nos dê bom dia descontraído e feliz, que perceba a importância de um riso com vontade e um respirar calmo. São tantas aparências bonitas e que só tem isso para oferecer, nada mais.

O mundo pode parecer louco, rápido, desorganizado e sem vontade, mas você não pode entrar nessa moda desconexa e deixar de ser gente. Acusamos as circunstâncias, os contratempos e esquecemos que nós somos responsáveis por fazer a vida pulsar melhor e mais feliz.

Apenas aparências enjoam a gente, porque a simplicidade é mais atraente do que roupas lindas e caras ou um corpo invejável. Um pensamento mais elaborado é mais chique do que aquele bracelete caro. Não é aquela roupa cara com corte impecável que fará sua presença marcante, mas sim aquela suavidade de viver, isto é o detalhe que mostra quem você é.

Você pode viver quem você é. Você pode deitar e levantar maquiada, pode comprar o perfume mais caro, ou aquele carro importado, desde que não fique limitado a marcas, caras e bocas. Dinheiro e aparência não compram amizades verdadeiras, amores suaves e muito menos elegância. Elegância, já se nasce com ela, e se tentar imitar, vai soar exagero.

Tudo que é superficial, limitado e exagerado, causa em nós uma certa distância, os sentimentos podem se repelir e até desencanta. É tão bom quando alguém é descontraído, com ares de leveza e transparências, isto sim, não sai da gente. Fica a dica: aparências enjoam pra caramba.

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Simone Guerra é mãe, escritora, professora e encantada pela vida. Brasileira morando na Holanda. Ela não é assim e nem assada, mas sim no ponto. Transforma em palavras tudo o que o coração sente e a alma vive intensamente. Apaixonada por artes, culturas, línguas e linguagem. Não dispensa bolo com café e um dedinho de prosa.

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