Na vida é assim, quem não se valoriza o suficiente será sempre tratado como “tapa-buraco” dos outros. Infelizmente é assim que acontece. Quando uma pessoa não se trata com o devido respeito e zelo, ela dá, mesmo sem perceber, autorização para que todos a tratem, também, com descaso.

Muitas pessoas confundem autoestima com possuir dinheiro ou ter uma aparência invejável.

Ledo engano, você pode estar vestido com uma roupa bem simplória, não ter um centavo na conta e não ter atributos físicos invejáveis e ainda assim proteger-se de ataques que firam a sua dignidade. Essa proteção é a própria pessoa que evidencia ao tratar-se com respeito, afinal ela se compreende como alguém cujo valor não está atrelado a fatores externos como beleza e dinheiro. É assim que as pessoas com autoestima elevada se percebem e essa era para ser a percepção pertinente à todas as pessoas.

O indivíduo que se trata com respeito emite esse comportamento aonde quer que vá. Isso é explicitado na fala, naquilo que ele permite e naquilo que ele rejeita. Em contrapartida, aqueles que não se percebem como sujeitos valorosos, também emitem esse comportamento. Ainda que estejam vestindo a roupa de grife mais cara do planeta e ainda que sejam esteticamente muito atraentes, num dado momento suas máscaras cairão e virá à tona o conceito negativo que têm de si próprios.

Eu costumo ilustrar uma pessoa que se respeita usando aqueles jardins, seja em via pública ou em condomínios fechados, nos quais existem sempre umas plaquinhas escrito “proibido pisar a grama”. O que acontece quando estamos transitando por esses espaços e nos deparamos com essas advertências? Ficamos atentos, não é mesmo? Redobramos os cuidados para não pisarmos as plantas, as gramas, etc. Por mais mal educada que uma pessoa seja, ela terá o mínimo de receio nesses ambientes, seja por concordar com a regra, seja por temer uma possível advertência por parte de alguém que esteja fiscalizando. Traçando um paralelo com as pessoas que se enxergam como preciosas, estas também carregam em si, por meio da sua postura, uma “plaquinha” advertindo: cuidado, trate-me com respeito, aqui é um território sagrado”. E tenham a certeza de que essa “plaquinha” será lida por todos e a mensagem será compreendida.

De modo análogo, as pessoas que não se compreendem como valorosas, parecem carregar um adesivo na testa com letras garrafais dizendo: “eu não valho nada, façam o que quiserem comigo, eu permito”… suas atitudes emitem essa permissão. Então, as pessoas, especialmente as abusivas, sentem-se totalmente à vontade para tratá-las com total desrespeito e hostilidade.

Há um ditado popular que diz: “a lagarta sabe da folha que morde”, tradução: a lagarta não morderia uma folha venenosa, pois poderia ser fatal para ela. Dá mesma forma, as pessoas sabem muito bem com quem praticar o abuso e o desrespeito. Creio que sempre é tempo de um despertar acerca do nosso valor. É sempre possível adquirir uma nova percepção sobre si e estabelecer novas formas de se posicionar na vida.

Infelizmente, nem todas as pessoas tiveram a oportunidade de aprender, em suas histórias de vida, sobre o amor próprio. Acontece que, não raro, tudo o que elas aprenderam na vida foi exatamente o oposto desse princípio que funciona como um escudo protetor da dignidade humana. São vítimas de uma conjuntura que envolve muitos aspectos (socioculturais, afetivos, familiares, etc).

Contudo, leitor(a) querido(a), eu parto do princípio de que, enquanto estamos vivos, estamos sujeitos às transformações. Sabe, não somos obrigados a nos portar diante de determinadas situações como se elas fossem um diagnóstico de uma doença incurável, praticamente uma sentença de morte. Uma vez que algo te causa desconforto, busque entender a origem disso, investigue sobre o que possa estar por trás da sua falta de autoestima (se for o seu caso).

É possível que você reverta esse quadro e se apaixone pela pessoa que você é. Voltar a estudar, cuidar da aparência e saúde, investir em hobbies que nos agrade, evitar pessoas que nos oprima, etc, são algumas atitudes que contribuem bastante para o fortalecimento do nosso amor próprio.

Trate-se como um jardim sagrado, por onde andar, leve contigo algumas plaquinhas sinalizadoras escritas como essa frase: “sou maravilhoso(a), pratico o respeito e a empatia e faço questão de ser tratado(a)assim também”.

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Sou uma mulher apaixonada por tudo que seja relacionado ao universo da literatura, poesia e Psicologia. Escrevo por qualquer motivação: amor, tristeza, entusiasmo, tédio etc. A escrita é minha porta voz mais fiel. Sou colunista do site Fãs da Psicanálise.

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