Todos os dias eu reclamava da vida que levava, mesmo o destino me sendo extremamente bondoso. Reclamava do pouco que dormia, do quão cedo acordava, das horas que precisava me manter de pé, do curto tempo para o almoço ou qualquer uma das outras refeições, das obrigações, das cordialidades, da falta de cordialidade, da chuva que fazia parar o trânsito e de como era chato ficar preso no mesmo trânsito quando fazia calor.
Eu realmente achava que a vida, essa senhora que é capaz de realizar todos os nossos sonhos, mas insiste em testar as nossas reais vontades, deveria, por obrigação, me estender o tapete vermelho do comodismo e, ao invés de continuar me abrindo janelas, das quais eu, eventualmente, deveria pular para ter acesso às vitórias, me arreganhar belas e majestosas portas. Que idiota!
Precisei parar de enxergar beleza na vida para entender que realizar sonhos não tem nada a ver com fazer isso de forma fácil, simples e extremamente indolor. Grandes recompensas não vêm sem grandes sacrifícios. Significantes vitórias não chegam sem que eu antes abdique de enormes vontades. É preciso perder menos tempo reclamando e gastar mais tempo agindo, se eu quiser chegar a algum lugar.
Depois que todas essas fichas foram caindo como quem brinca de levantar dominós e fazer deles cascata, comecei a policiar os meus pensamentos. Entendi que tudo, completamente tudo na vida é/tem energia. Seguindo essa lógica, cuidar dos pensamentos é o primeiro passo. Eles, talvez, tenham as maiores forças da natureza. Só que a gente menospreza. A gente, de um jeito feio e pouco sensato, acaba pensando besteiras demais e entupindo o nosso fluxo de más vibrações, impedindo assim as coisas boas de acontecerem.
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Todos os dias eu reclamava da vida que levava, mesmo o destino me sendo extremamente bondoso. Hoje, antes de pedir a Deus qualquer coisa, agradeço. Agradeço porque sei que tenho conquistado muita coisa. Dado passos largos, ainda que a olho nu, eu não tenha saído do lugar.
A gente perde tempo demais reclamando do sol, da chuva, do frio, do calor, do vento, das poucas horas de sono, das muitas horas de pé, dos compromissos, das obrigações, das poucas horas para as diversões, mas… Viver é isso. É saber renunciar. Principalmente as coisas que drenam o nosso já curto tempo.
Hoje, diante da quantidade de sonhos que tenho nas mãos, resolvi instituir um novo mantra, um novo lema, uma nova filosofia de vida – enquanto eu não realizar tudo que quero para mim, não vou descansar.
Dormir, me deixar levar pela preguiça e pelo comodismo, fica para quando já não me restar mais vontades. Até lá, as minhas mangas já estão arregaçadas. Pode ser que eu pegue no sono esperando o meu ônibus passar, mas quando minha hora chegar, ah… Quando minha hora chegar, meu amigo, cada segundo de sacrifício terá valido a pena.
(Autor: Matheus Rocha)
(Fonte: eoh)
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