Você já se perguntou o motivo dos seus filhos carregarem um objeto para todo lado?

É muito comum isso acontecer. Muitas vezes as crianças ficam sempre grudadas com um ursinho, cobertor, lençol, entre outros objetos. Mas qual será o motivo por trás de tanta afeição por determinado objeto?

Quando a criança nasce existe uma tendência à ter um vínculo muito próximo entre ela e os seus pais, porque aquele bebê necessita de cuidados, é um ser dependente, e por ser tão dependente é natural que os pais sejam muito atuantes, presentes.

Quando digo presentes me refiro à presentes emocionalmente também, pois eles precisam se dispor nesse envolvimento, na disponibilidade afetiva. Nesta fase ocorre uma simbiose, é como se a mãe e a criança fossem um só.

Conforme a criança vai crescendo o seu vínculo com a sua mãe já não é como antes, a criança sai do aleitamento materno, já não fica tanto tempo no colo, percebe que não pode ser protegida de tudo durante todo o tempo, e ocorre aí uma transição.

Então, essa criança passa a se apegar à determinado objeto para se sentir segura, e ela deposita neste objeto todo o amor de sua mãe. Por isso muitas vezes ela só consegue dormir com este objeto e o leva sempre para todo lugar que vai, porque este é o seu objeto transicional, é o objeto que representa para ela o amor de sua mãe, a segurança, o seu mundo interno.

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É completamente normal a criança possuir o objeto transicional, ele é muito importante no início da vida, durante a primeira infância, é a maneira que a criança encontra de lidar com este momento difícil para ela, de lidar com toda a ansiedade que ela sente, através do objeto transicional ela se sente protegida.

Mas não são todas as crianças que adotam um objeto transicional, mesmo sendo saudável, algumas crianças não sentem necessidade de adotá-los.

Você deve estar se perguntando, mas quando a criança abandona este objeto transicional? Não existe um momento certo para que isso aconteça, mas na maioria das vezes isso costuma ocorrer entre os três e cinco anos de idade, porque nessas idades surgem novos interesses e uma maior segurança da própria individualidade.

No entanto, se após os cinco anos de idade a criança não conseguir desapegar e isso causar algum tipo de sofrimento à ela, é importante procurar ajuda de uma Psicóloga, e não tirar o objeto da criança.

 

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Acredita que a sua missão como Psicóloga é criar possibilidades voltadas à promoção de conhecimento, e recursos de enfrentamento; de uma maneira colaborativa e humanizada. Sempre auxiliando as pessoas à reconhecerem as suas próprias possibilidades, se conhecerem melhor e qualificar as relações e vínculos que estabelecem diariamente, seja no âmbito familiar, profissional, ou até mesmo acadêmico. Para isso desenvolve em seu consultório programas de prevenção e tratamento, para crianças, adolescentes e adultos. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

2 COMENTÁRIOS

  1. Muito interessante esse texto! Meu filho tem 2 aninhos e realmente, desde o primeiro aninho se apegou a um cachorrinho de pelúcia e está sempre com ele, tratando com muito carinho e afeto. Ultimamente já tem se desligado um pouco, mas sempre o trás consigo, e gosta de dormir com ele.

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