O transtorno de compulsão alimentar é um transtorno comum, embora muitas vezes seja mal compreendido pela sociedade em geral.
A compulsão alimentar pode ocorrer em pessoas de qualquer sexo, raça, idade ou situação econômica e, como quem sofre do transtorno de compulsão alimentar aumenta com frequência de peso ou se torna clinicamente obeso, torna-se passível de contrair uma grande variedade de doenças.
O que é compulsão alimentar?
Compulsão alimentar, ou melhor, Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica, é uma síndrome caracterizada por uma grande ingestão de alimentos em um tempo delimitado (período de 2 horas), acompanhado por perda de controle sobre o que ou o quanto se come.
Para caracterizar o diagnóstico, tais episódios devem ocorrer pelo menos duas vezes por semana em um período de seis meses, sem comportamento de compensação para evitar ganho de peso, ou seja, sem ocorrência de vômito para expelir o que se ingeriu.
A compulsão é resultado de um conflito psíquico e de uma luta subjetiva entre duas funções opostas, estando o sujeito impossibilitado de escolher.
Basicamente, por se tratar de um comportamento compulsivo, os pensamentos ou atos que a pessoa realiza lhe parecem um corpo estranho de uma força incontrolável.
São pensamentos ou atos contra os quais, normalmente, o sujeito gostaria de lutar. O que caracteriza a compulsão alimentar não é a gula, mas a relação do sujeito com o que come e com suas emoções.
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Quais são as causas?
Para cada pessoa o problema surge de uma forma. Mas, de maneira geral, podemos apontar problemáticas relacionadas à auto-imagem e autoestima. Além disso, a origem do problema pode estar relacionada a questões emocionais e afetivas.
Outro fator agravante pode estar ligado à tentativas frustradas de controlar o peso. A partir dessa insatisfação e da falta de controle sobre o próprio corpo, ocorre um movimento inverso: a pessoa passa ao uso indiscriminado de alimentos, como forma de resolver estes problemas emocionais.
Quando procurar ajuda?
A partir do momento em que sente que há algo errado, em que a comida não é apenas um meio de se alimentar e sentir prazer, mas ao contrário, é algo do qual você se torna dependente e se sente angustiado.
É importantíssimo que haja diálogo e compreensão por parte da família e pessoas próximas, e que encarem a compulsão como uma impossibilidade, como uma doença e não como mera perda de controle, má vontade e preguiça em mudar.
Muitas vezes os familiares acham que parar de comer é uma escolha simples, mas não sabem o sofrimento que há por trás, a angústia que vive quem sofre com compulsão alimentar. Uma sugestão interessante é que as pessoas próximas também tentem mudar seus hábitos alimentares para incentivar o paciente.
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Transtornos alimentares desenvolvem-se a partir de uma combinação de fatores físicos, psicológicos, bioquímicos, genéticos e sociais. Muitas vezes, há desequilíbrios químicos nos neurotransmissores do cérebro que regulam o apetite e o desejo por comida, por exemplo.
O objetivo principal do corpo clínico é identificar as causas subjacentes ao transtorno e restaurar uma abordagem saudável para que o paciente seja capaz de levar uma vida normal. Para alcançar este objetivo, o tratamento deve englobar corpo, mente e espírito.
Como a psicoterapia ajuda?
O tratamento sugerido é um tratamento multidisciplinar: com psicólogos, psiquiatras, médicos, nutricionistas e educador físico, cada qual cumprindo uma importante função no entendimento e tratamento de cura da compulsão alimentar.
A recuperação da compulsão alimentar inicia-se na identificação dos principais fatores psicológicos que desencadeiam o comportamento impulsivo e a perda do controle em comer.
A terapia cognitivo-comportamental tem demonstrado maior efetividade no tratamento nas causas da compulsão alimentar e obesidade porque o seu foco está na mudança de padrões de crenças e pensamentos disfuncionais da pessoa em relação à comida.
Autoria: Celina Sobreira
(Fonte: celinasobreira)
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