Sempre disse que existe uma diferença grande entre sentir saudade e sentir falta.
Você sente saudade da sua infância, a nostalgia de coisas que te lembram momentos bons.
Sente saudade de um amigo, de programas de TV e do sabor daquele sorvete que vendia perto da sua casa.
Saudade daquela música que te lembra um passeio, uma viagem.
E até então eu sentia saudade de muitas coisas. Mas experimentar o “sentir falta” é uma experiência que esmaga muito mais que a saudade.
Perder alguém próximo é uma experiência que consome aos poucos. Perdi meu avô, assim como você pode ter perdido alguém muito próximo de você. A falta de alguém é muito mais do que a saudade. A falta do cheiro, da voz, e até do som do caminhar apertam o coração.
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Quantas vezes aconteceu algo e eu quis contar pra ele? Quantas vezes sonhei com o barulho das chaves em seu bolso? Quantas vezes ainda vou me pegar pensando no seu cantarolar? E ao ver que são detalhes que ficam somente na memória, fecho os olhos e tento experimentar os momentos de forma mais real possível.
O luto é diferente, é a sensação da pessoa ainda estar ali e de repente você se dar conta que não está.
Não é algo que você sente o tempo todo, mas que quando sente tira o ar. É a sensação de que nenhum tempo do mundo foi suficiente. A ausência se faz presente em todo lugar.
São nos detalhes que você se perde e é na saudade que você repousa. São nas lembranças que você se conforta. É nessa saudade que você leva para sempre, que te lembra que os momentos bons não se apagam com o tempo.
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São os momentos bons que ficam, no final de tudo. E por isso você deve aproveitar cada pessoa e cada momento, que são únicos, porque são eles que nos acompanham. São eles que nos fazem quem somos, e levamos um pedaço de cada pessoa por nossas vidas.
Somos feitos de pedaços, e cada pedaço leva um nome e um momento único. Que sejamos mais doces, para que nossa marca no outro seja assim, nada além de bom.