Coordenado pelo professor Marco Antonio de Carvalho Filho, da Unicamp, a ideia é ir contra a corrente de que é preciso manter distância do paciente para atende-lo.
“A faculdade dá conhecimento técnico, mas não ensina a ser médico, a lidar com pessoas, a essência da profissão”, diz Carvalho Filho em entrevista à Folha de S. Paulo após constatar que seus alunos do último ano não estavam à vontade com seus pacientes.
Para ter ideia, Rafael Gomes, 31, formado no ano passado pela Unicamp, explica que imaginava que seria como Hunter “Patch” Adams, mas que no final do curso estava mais para dr. House. “Na faculdade, nossa visão poética é destruída. Aprendemos que ser bom médico é saber resolver problemas”.
Com o curso, Carvalho espera ensinar empatia e compaixão a futuros médicos. “O pensamento comum é de que é preciso se afastar do paciente para ter boa conduta. Vou contra essa corrente. Muitos acham que a solução para não sofrer é se afastar.”
Durante as aulas, há debates sobre ética e simulação de consultas com atores, de forma a treinar habilidades de comunicação.
O projeto já contou com mais de 500 alunos e está sendo analisado pela tese de doutorado de Marcelo Schweller, médico da Unicamp, que segundo seus dados atuais constatou que a empatia dos estudantes aumentou, além de 94% dos alunos acharem que sua capacidade de ouvir o doente melhorou.
“Quando estão no ambulatório os alunos se preocupam em atender rapidamente. É raro um professor discutir se o paciente saiu satisfeito, se o médico soube ouvir. Na simulação, refletimos sobre isso”, diz Schweller.
“Essa atitude mais humana deveria permear toda a formação, não ser concentrada em projetos ou disciplinas”, diz Carvalho.
(Fonte: Folha de S. Paulo)
Formar pessoas além de formar profissionais é essencial. Principalmente se quisermos ter um mundo mais humanizado. Também acredito que cada um pode e deve contribuir com o seu fazer na construção de um mundo onde haja mais harmonia, paz e valores que contribuam para a construção de pessoas que disseminem esse ideal pelos lugares por onde passarem. Como psicanalista, professor e palestrante – identifico-me com essa missão e procuro direcionar minhas ações com esse objetivo. Desenvolvi e ministro desde o início de 2015, um Programa de Humanização no Ambiente Profissional, que tem como público alvo Profissionais de diversas especialidades que fazem parte do Programa de Residência Multiprofissional do Hospital Regional Dom Moura, localizado na cidade de Garanhuns e referência como hospital de ensino no Estado de Pernambuco.
O programa é composto de workshops com conteúdos comportamentais e do desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional, realizados mensalmente, durante toda uma manhã, e tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento de competências comportamentais e emocionais que favoreçam o desempenho das funções profissionais e também na forma de agir na vida e no mundo, fazendo a diferença nos lugares onde atuem.
Os temas trabalhados sempre representam os momentos vividos pelos residentes, e também são abordados temas como: Inteligência emocional, empatia, comunicação, desafios, relações humanas, equipe, relações interpessoais, gestão do conflito e do estresse, postura e ética profissional, qualidade de vida, entre outros temas que contribuam para a construção de profissionais que tenham um olhar mais humano sobre aqueles que deles precisarem.
E esse é um trabalho voluntário. Exatamente por acreditar que cada um precisa fazer a sua parte.