No mundo contemporâneo ao qual à sociedade está inserida, a condição financeira, por vezes, é o que faz os olhos brilharem. O poder aquisitivo é associado ao grau de felicidade que se pode acessar.Aqueles que possuem o carro do ano, o celular mais moderno, uma casa equipada com todos os tipos de aparelhos eletrônicos, devem, via de regra, ser muito feliz.
Afinal de contas, aquela máxima, para alguns, é ainda válida: dinheiro compra felicidade. E se não compra a felicidade em si, ajuda a viver uma vida mais plena. Mas, será mesmo? Será que aquela executiva que usa joias e roupas caras é mesmo feliz como diz? Será que aquele homem com o carro do ano, que usa o perfume mais caro, tem um Rolex no punho, e almoça no restaurante mais badalado da cidade, quando deita na cama, se sente feliz?
Na verdade, cada um tem dentro de si o seu próprio conceito de felicidade e não é possível julgar o que faz um ou o outro feliz –mas é importante que cada um possa pensar no que é mesmo que lhe faz feliz. Cadaum tem uma história de vida única e construiu o seu significado singular para a felicidade, ou ainda está construindo.
Tem pessoas que sorriem à toa quando começam a namorar e enxergam no relacionamento a possibilidade para a felicidade. Tem outras que se alegram com o pôr do sol, com a chuva caindo do céu num domingo à tarde, com a família reunida ao redor da mesa, num jantar na sexta-feira à noite, com os conselhos do velho tio sobre a vida. Tem gente que sorri e preenche o coração de felicidade ao ver a felicidade estampada nos olhos dos outros.
A possibilidade que nós, seres humanos, temos de se pensar e pensar o mundo no qual vivemos é o que nos diferencia dos animais, e por sermos seres pensantes é que temos a capacidade de sentir. Dois verbos que abrem infinitas portas: pensar e sentir. Tem gente que se sente feliz por ter uma conta bancária recheada de cifrões; mas também tem gente que fica muito feliz em ter a família reunida, o que não custa quase nada em moeda corrente. Talvez seja essa a riqueza que nenhum dinheiro pode comprar: pensar o que te faz feliz, sentir o coração recheado de amor, encher os olhos d’agua com uma foto do passado, ficar extremamente chateada quando alguém te trapaceia, ter um ódio mortal de quem traiu a tua confiança.
Parece que a vida é cheia de riquezas, mas muitas delas não podem ser acessadas pelo poder aquisitivo da conta bancária, mas sim da conta emocional que cada um carrega dentro do peito e da cabeça.