Vamos imaginar que você está no consultório de um cardiologista com sua tia idosa que acabou de sair do hospital por problemas cardíacos. Você cuidadosamente anota tudo, escrevendo os medicamentos que ela terá que tomar diariamente. Você anota as recomendações para evitar o cigarro, caminhar todos os dias e alimentar-se com uma dieta no estilo mediterrâneo.
Você é pego de surpresa quando o médico recomenda que sua tia medite 20 minutos, duas vezes ao dia. Será que o médico está falando sério? Devo anotar? Sua tia recebe um folheto explicando dois métodos de meditação que foram “cientificamente testados e aprovados” para a redução das chances de ataque cardíaco, derrame e aumento nos anos de vida.
Pode ser verdade?
Ok, talvez esse cenário não esteja acontecendo em todo o país, mas deveria.
A ideia de que a prática da meditação tem efeitos mensuráveis no coração e na saúde em geral não é muito conhecida nos halls da maioria dos hospitais e clínicas, mas no ano passado, surgiram várias informações animadoras que me levaram a praticar e ensinar os benefícios da meditação aos meus pacientes.
Muitas das pesquisas sobre os benefícios médicos da meditação vieram do Dr. Robert Scheneider e sua equipe no Instituto de Medicina Natural e Prevenção. Os pesquisadores completaram no ano passado um estudo com 201 pessoas com problemas cardíacos. O grupo foi ensinado a praticar meditação transcendental por 20 minutos duas vezes ao dia, ou recebeu instruções para passar pelo menos 20 minutos aprendendo sobre saúde. Durante o acompanhamento nos 5 anos seguintes o grupo que meditou teve uma redução de 48% na ocorrência de morte combinada, ataque cardíaco e derrame!
Um segundo tipo de meditação é o kirtan krian, que vem da tradição Kundalini e é ensinada pelo Dr. Dharma Singh Khalsa. Eu já havia lido os livros do Dr. Khalsa sobre alimentação e meditação como medicina, mas publicações recentes de suas pesquisas são impressionantes. Ele ensina uma meditação kirtan kriya de 12 minutos (KKM – Kirtan Kriya Meditation) que consiste na repetição musical do mantra as-ta-na-ma em voz alta, suspirando e em silêncio, enquanto movimenta os dedos repetidamente (mudras). Essa meditação é facilmente explicada em um folheto que pode serimpresso no site dele.
Dr. Khalsa e um grupo de UCLA tem demonstrado que a KKM resulta em padrões diferentes de metabolismo do cérebro se comparada a outros métodos genéricos de relaxamento. Usando PET scan eles viram que a KKM fez com que ocorressem alterações no cérebro ligadas ao aumento da longevidade. Por fim, o grupo que aprendeu a KKM também teve notas altas em saúde mental e baixa depressão.
Apesar de haver a necessidade de mais pesquisa, devido ao número pequeno de indivíduos nesses estudos, por que esperar para começar essas práticas?
Com efeitos potenciais como saúde e longevidade, chegou a hora de ensinar a meditação mais amplamente nos âmbitos da saúde e gerais. Como seria maravilhoso se um intervalo de meditação substituísse o intervalo para fumar que era dado aos funcionários no passado.
E se a meditação fosse ensinada nas televisões das salas de espera dos consultórios médicos? Imagine se aulas de meditação fossem transmitidas nos quartos dos pacientes enquanto eles se recuperam em suas camas? Meditação é um medicamento natural poderoso sem contraindicação aparente.
Vamos espalhar!
Fonte: www.nowmaste.com.br
Esse texto foi escrito pelo Dr. Joel Kahn e publicado em Nov/13 no site Mind Body Green. Veja aqui em inglês.
Tradução: Nowmastê