Existem pessoas que carregam uma necessidade exagerada de serem aduladas. Às vezes, elas até já conquistaram alguma posição de destaque e podem ser consideradas referência em suas areas de atuação, mas isto lhes dá uma sensação de superioridade que lhes afasta da verdadeira sabedoria.

Estes indivíduos tem uma dificuldade enorme em estabelecer laços profundos, criar uma empatia verdadeira e coloca-se no lugar do outro. Ouvir idéias que não sejam as suas ou que não venham a convergir com o que pensam, não é admissível. Na cabeça deles o mundo deve estar lá para servi-los, concordar e agradar aos seus caprichos, já que se consideram indispensáveis e superiores em relação aos “meros mortais”.

Pessoas assim, por mais segurança que possam transmitir, carregam uma insegurança enorme em relação a si próprios, e precisam angustiadamente alimentar a ilusão de superioridade para sentirem-se bem de alguma forma. Quem está com sua auto estima em dia não precisa da aceitação e constante aprovação externa e busca relacionar-se com o outro em sincera condição de igualdade, formando laços profundos e verdadeiros baseados na interdependência.

A inabilidade na criação da empatia sincera revela seres egóicos, cuja única intenção é reafirmar seus egos doentes pela falta de amor próprio. Por mais conhecimento que se possa ter, nada será suficiente se a intenção de auxiliar o outro a crescer e formar laços e conexões construtivas não for verdadeira. A vida não prospera sustentavelmente, nem produz bons frutos se não com a energia sincera do amor.

Ninguém é feliz orbitando apenas ao redor de si e não construindo relações de reciprocidade saudáveis que abram espaço para que todos possam progredir, mostrando sua importância e valor. O resto é ilusão.

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Semadar Marques, palestrante, educadora e analista em inteligência emocional. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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