“A liberdade é angustiante para os seres humanos. Temos a liberdade de escolher, e porque temos a liberdade de escolha, sofremos. Em vez de dizermos ‘que bom ser livre’, dizemos ‘que difícil ser livre, que difícil ter que fazer escolhas’…” (Monja Coen)

Outro dia perguntei nas redes sociais sobre o que vocês gostariam que eu falasse, e fiquei surpresa com a quantidade de pessoas que me pediu para falar sobre INDECISÃO. Engraçado que eu tenho centenas de ideias de pautas anotadas, mas esse era um assunto que eu ainda não tinha pensado em falar. Que bom que perguntei!

Nosso maior problema não é lidar com a indecisão, mas lidar com a incerteza. Isso é um problema porque simplesmente não podemos ter certeza sobre nada, mas achamos que podemos. E fazemos nossas escolhas baseadas nisso.

Escolhemos o que julgamos ser o mais garantido, mas nada nessa vida é garantido. E assim vamos perdendo aquilo que condiz com a nossa verdade, fazendo escolhas que não estão alinhadas com quem somos e com o que realmente queremos, e isso nos leva a um ciclo de autossabotagem do qual fica cada vez mais difícil sair.

É importante pesar prós e contras e ter pés no chão? Sim, é. Mas tão importante quanto isso é tomar decisões com o maior nível de consciência possível, tendo clareza sobre a nossa realidade interna e externa.

A realidade externa (obstáculos, condições, opções, dificuldades etc) nós geralmente conseguimos analisar bem. Mas a realidade interna raramente é levada em consideração na mesma intensidade (isso quando não a ignoramos totalmente).

É sobre abrir a consciência sobre a realidade interna que eu sugiro as reflexões abaixo para você fazer sempre que estiver diante de uma indecisão:

O que é que te motiva a escolher cada uma das opções que você tem?

Separe cada opção que você tem. Agora olhe para cada uma delas, uma por vez, e responda: o que é que me motiva a cogitar essa opção? É o medo? É o sonho? A alegria? A insegurança? A raiva? O amor? A preguiça? Se você escolher esta opção, qual poderá dizer que foi a emoção principal que te guiou? Seja muito sincero com você mesmo nas respostas.

Leia mais: Está difícil decidir? Facilite esse momento

Quando terminar essa reflexão para todas as opções, olhe de novo para cada uma e responda: é essa a emoção que eu quero que guie a minha vida?

De que forma você quer viver a sua vida?

Vamos usar a imaginação. Imagine que você está com 90 anos, e começou a escrever uma autobiografia. O que você quer que seja escrito nela? Qual é a história que você quer contar que viveu? O que você não quer chegar na velhice sem ter feito? Seja sincero, não existe resposta certa ou errada, melhor ou pior.

Talvez você queira escrever um livro de aventuras, um romance ou a história de uma vida tranquila e simples, não importa. Apenas seja verdadeiro, você está fazendo isso por você.

Após essa reflexão, procure ligar as suas possibilidades de escolha com a autobiografia que gostaria de escrever. Como cada opção se molda àquilo que você quer viver?

Qual a pior coisa que pode acontecer se você tomar essa decisão?

Leia mais: Como perceber a força que uma decisão causou na sua vida?

Se o medo é o principal motivo da sua indecisão (geralmente é!), essa pergunta pode te ajudar muito. Talvez você queira escolher um caminho, mas esteja com muito medo do que vai acontecer.

Você já se perguntou qual é realmente a pior coisa que pode acontecer? Essa decisão poderia causar algo terrível como, sei lá, a morte de alguém? Você poderia se machucar gravemente? Ou o pior que pode acontecer é você ter que lidar com uma decepção, um “não” ou um recomeço? Isso não é o fim do mundo, é?

Com essa pergunta respondida, talvez você perceba que seu medo é exagerado e que não está correndo um risco tão grande assim. E o medo reduzirá de tamanho. E as coisas ficarão mais simples.

É importante lembrar também que você sempre poderá escolher de novo. Uma decisão errada não vai arruinar a sua vida para sempre. Você sempre pode escolher se perdoar, voltar atrás e corrigir. Não é o fim do mundo.

Quem é que está decidindo?

Olhe para suas opções e responda: se eu escolher x, quem é que fez essa escolha? Se eu escolher y, quem terá escolhido? Realmente poderei dizer que EU escolhi?

Seja quem decide. Abrace a responsabilidade. Pegue a sua vida nas mãos. Ela é sua. Experiência própria: quando você deixa outra pessoa decidir algo para você de forma diferente do que você decidiria, apenas uma pessoa vai ficar feliz, e não é você.

Dói muito mais tomar uma decisão errada porque se deixou influenciar por outra pessoa do que errar tendo tomado a responsabilidade pela sua decisão. No segundo caso, você erra, mas fica com a consciência limpa por ter tentado. No primeiro, você se sente um idiota completo. Repito: experiência própria.

Como você vai se sentir?

A princípio talvez você sinta um alívio por ter feito a escolha “mais segura”, mas e depois? Essa escolha continuará te fazendo feliz, continuará tendo sentido para você?

Faça um exercício de visualização: imagine que você escolheu a opção x.

Como você se vê vivendo essa decisão? Como se sente? Bem, feliz, empolgado, em paz? Ou triste, reprimido, contrariado, desanimado? Faça o mesmo com as outras opções, e lembre-se: não existe resposta certa ou errada, melhor ou pior. Existe a sua verdade. Seja sincero e estas respostas vão te ajudar a ter mais clareza.

Qual é a necessidade interna que você quer suprir?

Tudo o que nós queremos conquistar externamente está relacionado a uma necessidade interna. Por exemplo: você quer um relacionamento, que é algo externo. Mas você quer um relacionamento não apenas para ter um relacionamento, mas porque quer suprir, por exemplo, a sua necessidade interna de afeto. Ou então você quer ter dinheiro para comprar algo. Você não quer esse “algo” só para tê-lo. Você o quer para suprir uma necessidade interna: segurança, autoestima, tranquilidade…

Vale a pena investir um tempinho para refletir sobre qual é a necessidade interna que você quer suprir com essa questão, porque é tudo sempre sobre necessidades internas. Leve isso em conta.

Leia mais: 6 lições da Starbucks sobre a importância dos dados para tomadas de decisão

Você está no melhor estado para tomar uma decisão importante?

Evite ao máximo tomar decisões importantes sob pressão, stress, ansiedade, desespero. Ninguém consegue pensar com clareza nesses estados. Se possível, respire fundo, deixe a questão de lado e volte quando estiver mais equilibrado.

Via nossa página parceira Desassossegada

Autor: Stephanie Gomes

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