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6 modinhas “inofensivas” que causaram destruição

Modinhas geralmente trazem uma carga de problemas que a maioria prefere ignorar, pelo prazer de poder fazer parte de uma.

Pode ser simplesmente algo que vai gerar poluição mais tarde, como tamagochis e cubos mágicos, mas pode ser algo mais sinistro, cujo perigo só é reconhecido mais tarde.

6. A modinha radioativa do Radium que envenenou Paris

Em 1898, Pierre e Marie Curie descobriram o radium, uma substância altamente radioativa. Fique muito tempo perto de uma amostra desta substância e você vai ter problemas.

Só que o radium veio sem o manual do usuário, e ninguém sabia as consequências terríveis do envenenamento radioativo. Afinal de contas, uma substância que brilhava no escuro, que mal poderia haver?

Um monte de alegações foram feitas sobre a substância – que era um tipo de tônico, ou então tempero – e o radium foi parar em creme dental e chocolates, supositórios e remédios para tosse.

Esta mania foi mais intensa em Paris, onde sua propriedade luminescente causou uma febre. Batons e outros tipos de maquiagem eram populares por fazer o rosto das moças brilhar no escuro.

O resultado não podia ser outro. A ANDRA, organização responsável por mapear o lixo radioativo francês, já identificou 130 locais com traços de material radioativo o suficiente para serem consideradas um risco para a saúde. Curiosamente, boa parte destes lugares foi descoberto por causa de antigos posteres de propaganda.

5. A modinha vitoriana por tinta verde que envenenou milhares

No meio do século 19, a Inglaterra Vitoriana ficou apaixonada pelo Verde de Scheele, que era usado para tingir tudo – roupas, acessórios, brinquedos, velas, cortinas e papel de parede.

Nada de errado com a cor, o problema era o pigmento, que usava arsênico. A pior parte? As pessoas sabiam que o arsênico era tóxico. E sabiam que a tintura verde tão amada tinha aquele veeno. E pareciam não se importar, já que usavam a tintura até para colorir a comida.

Mas o maior envenenamento aconteceu por causa do papel de parede. Literalmente milhares de famílias foram mortas pelos gases liberados (eles achavam que enquanto ninguém lambesse o papel, estava tudo bem).

Pior, a remoção do papel de parede tóxico é uma atividade extremamente perigosa. Até hoje tem gente com casas que são verdadeiras câmaras de gás. Verde.

4. A mania inglesa do chá começou uma guerra e encheu a China de ópio

Ao mesmo tempo que estavam transformando suas casas em câmaras de gás, os ingleses também estavam enchendo a cara como nunca. A razão era simples: o gim era barato e o chá era caro.

Um dos motivos era o preço que os maiores exportadores cobravam. Os chineses não aceitavam nada menos do que prata pelo chá. Enquanto a demanda estava baixa, tudo bem. Entra em cena o movimento pela temperança, causando uma demanda imensa pelo chá chinês.

Os brilhantes mercadores ingleses tiveram então a fantástica ideia de trocar o chá por outro produto igualmente caro, o ópio. Claro, o ópio era proibido na China, mas isto não funciona para diminuir a demanda.

Em pouco tempo, cerca de 90% da população adulta com menos de 40 anos estava viciada no ópio, causando um impacto devastador na economia chinesa.

Em 1839, o imperador chinês resolve dar um basta, mandando examinar os navios ingleses, e tomando milhares de barris de ópio. O chá acabou e a Inglaterra resolve que não dá para viver sem chá, e manda a marinha inglesa.

16 navios de guerra passaram os dois anos seguinte explodindo a costa chinesa e matando entre 20.000 e 25.000 soldados chineses, perdendo apenas 69 homens. Os chineses foram obrigados a assinar um tratado, concedendo a ilha de Hong Kong para os ingleses e abrindo cinco portos para o comércio do ópio – além de pagar as despesas de guerra da Inglaterra.

Tudo por causa do chá.

3. O amor ao jeans pinta a China de azul

Qual a roupa de algodão mais popular no mundo inteiro? O jeans. E atrás dela vem toda a sorte de roupas de algodão tingidas de azul, como jaquetas, saias e acessórios.

Atualmente, a maior parte destes jeans vem da China, principalmente Xintang, que faz cerca de 200 milhões de jeans cada ano. O que está envenenando o Zhu Jiang (Rio das Pérolas), que abastece mais de 12 milhões de pessoas em Guangzhou, com uma combinação de alvejantes e tintura índigo.

E não é só o problema do alvejante e da tintura. As fábricas de jeans estão despejando metais pesados, como chumbo, mercúrio, cádmio e selênio, no esgoto. O que não é neurotóxico é carcinogênico, se não os dois.

Os burocratas chineses insistem que não há nenhum relato de intoxicação em massa nos centros populacionais que usam o Zhu Jiang como fonte de água, alimento e transporte. Mas a cor azul-denim não parece boa coisa.

2. O amor que os romanos tinham ao açúcar causou envenenamento por chumbo

Antigamente havia pouca variação de sabor nos alimentos, mas os romanos descobriram que ferver um punhado de frutas até evaporar toda a água deixava um caldo doce, chamado defrutum, no fundo da panela. E eles usavam o tal de defrutum em tudo, da carne ao queijo ao vinho, até mesmo como conservante.

O problema é que o defrutum era feito em panelas de chumbo, já que utensílios de cobre ou bronze estragavam seu sabor. Só que testes modernos mostram que o cozimento também produzia uma substância com mais de 1.000 a dose aceitável de chumbo. A maior parte dos romanos sofria de envenenamento crônico por chumbo.

Dado que o envenenamento por chumbo inclui efeitos como perda de peso, anemia, irritabilidade e delírios, talvez seja isto que explique o comportamento bizarro de certos imperadores romanos. O mais estranho é que os romanos pareciam saber dos efeitos do envenenamento por chumbo. Pode ser que eles simplesmente não se importavam…

1. A alta demanda de pneus de bicicleta levou a um genocídio no Congo

No início da década de 1890, a bicicleta era febre na Europa e, nos cinco anos seguintes, tomou os Estados Unidos. Uma das explicações para o aumento da popularidade foi a invenção do pneumático de borracha, que substituiu as rodas de madeira ou metal. Mas como conseguir milhões de pneumáticos infláveis de borracha?

Fácil, escravizando uma nação africana e obrigando-a a coletar o látex. Aquele genocida popularmente conhecido como Rei Leopoldo II da Bélgica era quem mandava no Congo, na época, transformando aquele país em fonte de marfim e borracha. A tática do rei era simples: cada aldeia tinha uma cota a preencher; se não conseguissem, a aldeia era queimada, ou todas as crianças eram mortas, ou as mãos dos trabalhadores eram cortadas. Ou os três ao mesmo tempo, por que não?

A escravidão era ilegal na época na maioria dos países, mas o rei Leopoldo manteve o Congo tão isolado pelo controle de todas as rotas de comércio que o país acabou se tornando uma fábrica ilegal. Durante a era de ouro da bicicleta, o número de bicicletas subiu em 10 milhões, enquanto a população do Congo diminuiu em aproximadamente 10 milhões.

(Autor(a):  Cesar Grossmann)
(Fonte: hypescience.com)

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