É quando te irrita uma notificação no Whatsapp. “Aff, olha quem é” – e mostra para os amigos.

É quando te faz perder a paciência até com o “oi, bom dia”. Mas a preguiça de alguém é algo delicado para explicar. É que se trata daquele alguém que, de alguém importante, passou a ser alguém que não cheira e nem fede para você. Alguém que só te dá vontade de ignorar.

Em geral, quando você sente isso por alguém é alguém que você já gostou ou já esforçou por algo bom um dia. O coração tem boa memória. Ele te lembra das vezes que correu atrás, dos esforços que fez e do quanto tentou mostrar como esse alguém era especial. É alguém que só quer ter razão, que quer reverter a ordem das coisas para privilegiar suas próprias preferências e, quando não, é alguém que se faz de vítima em toda e qualquer situação.

A preguiça de alguém é algo mais sério que a raiva.

É que a raiva passa. Sempre melhora. Vai passar umas horas ou dias e essa raiva toda vai esfriar. Agora, a preguiça, bem, isso é algo que não tem data para acabar. E é bom que saibamos: a preguiça de alguém é um sentimento diferente daquele literal que tem a ver com a vontade de não fazer nada. A preguiça por alguém é aquela falta de paciência que você sente, aquele famigerado “bode” e desânimo, principalmente quando esse alguém tenta ser para você alguém que não é.

Quando você sente preguiça de alguém, no caso de já ter gostado desse alguém, é que você entende que o jogo virou. Você sente um negócio meio: “Ah, sério? Agora você vem falar comigo? Puts, não.” E aí você responde todo mundo no chat do Facebook, menos esse alguém: “Depois respondo, não agora”. Você severamente lê mas sequer pensa em responder as mensagens. E aqui é importante reafirmar: você não é assim, você não gosta de ser assim, mas as circunstâncias te fazem se sentir assim. É mais forte do que você.

É difícil assumir quando você tem preguiça de alguém, porque para os olhos dos outros pode parecer que você é uma pessoa chata e birrenta. Pode parecer também que você é alguém que não sabe lidar com outras pessoas. Simples assim. Só que não é nada disso. É uma sensação estranha que nenhuma outra palavra define melhor que preguiça. Não é raiva, não é amor. É só um desejo de deixar essa pessoa para depois.

(Autor: Márcio Rodrigues)

(Fonte: eoh)

*Texto publicado com a autorização da administração do site.

 

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A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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